LIMA (Reuters) – O Grupo de Lima, formado pelo Brasil e mais de uma dezena de países das Américas, comunicou nesta segunda-feira que convocará seus embaixadores em Caracas para consultas e reduzirá o nível das relações diplomáticas com a Venezuela após as polêmicas eleições no país petroleiro.
Os governos de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia reafirmaram em um comunicado que não reconhecem as eleições na Venezuela por estas não cumprirem os padrões internacionais de um processo democrático e livre.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, conquistou no domingo um segundo mandato com uma vitória polêmica, que levou seus adversários a pedirem que a votação seja repetida devido a denúncias de irregularidades.
O Grupo de Lima concordou em “reduzir o nível de suas relações diplomáticas com a Venezuela, razão pela qual chamarão para consultas os embaixadores em Caracas e convocarão os embaixadores da Venezuela para expressar nosso protesto”, disse o comunicado.
O grupo também decidiu, depois de reiterar sua preocupação com “a profunda crise política, econômica, social e humanitária” no país, apresentar uma nova resolução sobre a situação da Venezuela à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Para tratar do “aumento preocupante” da migração de venezuelanos na região, o grupo de países disse que convocará uma reunião em Lima na primeira quinzena de junho.
O Grupo de Lima afirmou também que acertou solicitar às autoridades competentes de cada país que emitam e atualizem circulares ou boletins que transmitam ao setor financeiro e bancário o risco em que podem incorrer se realizarem operações com o governo da Venezuela.
Os países do grupo ainda disseram que coordenarão ações para que os organismos financeiros internacionais e regionais procurem não conceder empréstimos a Caracas, exceto quando o financiamento for utilizado em ações de ajuda humanitária.
“O Grupo continuará a acompanhar o desenvolvimento da situação na Venezuela com o objetivo de adotar as medidas adicionais que se façam necessárias, de maneira individual ou coletiva, a favor do restabelecimento do Estado de Direito e da ordem democrática naquele país”, afirmou o comunicado.
(Por Marco Aquino e Mitra Taj)