SÃO PAULO (Reuters) – O pré-candidato do PRB à Presidência, Flávio Rocha, admitiu nesta segunda-feira uma união no centro político na eleição presidencial de outubro e disse que, ao contrário do Titanic, o Brasil não precisa evitar a colisão com um iceberg no pleito deste ano, mas com dois: o da extrema-esquerda e o da extrema-direita.
“Nós estamos aí no Titanic com a diferença de que não tem um iceberg à frente, tem dois icebergs. É um dilema terrível para o eleitor que melhorou, que amadureceu, ver o Titanic se chocar contra o iceberg da extrema-esquerda ou da extrema-direita”, disse Rocha a jornalistas durante o evento de supermercados Apas Show, em São Paulo.
“Nós temos que construir uma bela passagem, sem abrir mão de liberdade econômica, liberdade política e encontrar a saída pelo centro. É isso que nós estamos construindo”, disse o empresário, cuja família é dona da rede de varejo Riachuelo.
Rocha, que reafirmou sua intenção de ser cabeça de chapa na eleição, defendeu que o critério da união do centro político seja o desempenho nas pesquisas eleitorais e apontou a si próprio como um possível aglutinador deste campo.
“Nós temos muita chance de ser o pólo aglutinador”, disse. “Eu defendo uma união do centro com o critério de pesquisa.”
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada em meados de abril, Rocha não passa de 1 por cento das intenções de voto nos cenários pesquisados pelo instituto. Dos candidatos apontados como de centro, Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB, é o que melhor pontua no levantamento, chegando a 8 por cento da preferência do eleitorado.
Entre as possibilidades de aliança citadas por Rocha estão, além de Alckmin, Henrique Meirelles (MDB), Alvaro Dias (Podemos) e Paulo Rabello de Castro (PSC). Apontou ainda o DEM, que lançou a pré-candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, como possível aliado.
(Reportagem de Laís Martins)