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Chefe de espionagem sul-coreano tem papel chave em encontro histórico com Coreia do Norte

Por Soyoung Kim

SEUL (Reuters) – Derramando lágrimas atrás do presidente sul-coreano Moon Jae-in e o norte-coreano Kim Jong Un, após os dois líderes anunciarem um acordo histórico na sexta-feira estava um homem que trabalhou por duas décadas para estabelecer um diálogo improvável entre os dois antigos inimigos.

Quase 18 anos após Suh Hoon, autoridade de inteligência sul-coreano, viajar à Pyongyang para persuadir o recluso líder norte-coreano Kim Jong Il a realizar uma primeira reunião sem precedentes na capital norte-coreana em 2000, ele assistiu ao filho de Kim prometendo a paz na península coreana na sexta-feira –desta vez logo ao sul da fronteira altamente militarizada.

Sexta-feira foi a primeira vez que qualquer líder norte-coreano colocou os pés em solo sul-coreano desde que a Guerra Coreana de 1950 a 1953 deixou o país dividido e os dois vizinhos em estado técnico de conflito.

O encontro histórico ocorreu menos de um ano após o presidente liberal da Coreia do Sul Moon assumir o cargo e rapidamente colocar Suh como chefe do Serviço de Inteligência Nacional, afirmando que ele era a “pessoa certa” para reviver os laços intercoreanos, pressionados pela busca da Coreia do Norte de mísseis nucleares.

“É muito prematuro falar sobre uma próxima reunião intercoreana”, disse Suh a jornalistas no ano passado após sua nomeação ser anunciada, levando-o de volta à agência que ele deixou em 2008, quando um governo conservador foi eleito. “Mas precisamos disso.”

Suh, que ajudou pessoalmente a arranjar as duas reuniões intercoreanas anteriores em 2000 e 2007, é visto como o especialista em Coreia do Norte do país. Ele é conhecido como o sul-coreano que mais se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong Il.

Lee Jong-seok, ex-ministro de unificação que visitou Pyongyang com Suh em 2003 como enviado especial do então presidente sul-coreano, Roh Moon-hyun, chamou Suh de “negociador número 1 com a Coreia do Norte” em suas memórias de 2014.

Suh, de 64 anos, também morou na Coreia do Norte por dois anos no final dos anos 1990, envolvido em um plano para construir um reator nuclear como parte de um acordo internacional de 1994 para congelar os programas nucleares de Pyongyang. O acordo eventualmente fracassou.

“Ele já assumiu sabendo como funciona e o que fazer, e Moon lhe deu orientação política clara”, disse John Delury, especialista em Coreia do Norte da Universidade Yonsei, em Seul.

O governo sul-coreano não quis comentar sobre o papel de Suh na cúpula.

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