Por Andrew Hay
(Reuters) – O número de imigrantes que morrem devido ao calor extremo na fronteira entre os Estados Unidos e o México subiu 55 por cento nos últimos nove meses, após um aumento na quantidade de famílias e crianças desacompanhadas tentando entrar ilegalmente nos EUA, disse o governo norte-americano na segunda-feira.
Mortes provocadas pelo calor, a principal causa de óbitos de imigrantes na fronteira sudoeste dos Estados Unidos, chegaram a 48 neste ano, frente a 31 durante o mesmo período em 2017, informou o porta-voz da agência de segurança de fronteira dos EUA, Salvador Zamora.
O número de mortes deve aumentar com o calor dos meses do verão, à medida que imigrantes vulneráveis tentam cruzar ambientes áridos, abrindo caminho para um aumento em 2018 das fatalidades na fronteira.
A agência de fronteira registrou um aumento anual de 12 por cento nas prisões de imigrantes nos oito meses até o dia 31 de maio, disse Zamora.
“Nós estamos prestes a superar as mortes relacionadas com calor do ano passado e o verão está apenas começando”, disse em entrevista por telefone. “A demografia dos imigrantes ilegais que estamos apreendendo, as unidades familiares, as crianças desacompanhadas, eles são muito mais vulneráveis”.
Grupos humanitários, como o Border Angels, dizem que a principal causa do aumento de mortes é a segurança de fronteira mais rígida e medidas como a política de “tolerância zero”, que tem feito com que imigrantes escolham caminhos mais longos através de terrenos hostis e pontos de passagem remotos.
“Nós temos visto pessoas passando por áreas mais perigosas, então embora haja menos pessoas entrando, há mais pessoas morrendo”, disse Enrique Morones, fundador do grupo que distribui água para imigrantes.