Pode não ser a melhor hora, pode ser cedo demais, mas a disputa política entre o governador paulista João Doria e o presidente Jair Bolsonaro segue aberta. Ambos estão de olho nas eleições de 2022 e já trocaram farpas afiadas. O capítulo mais recente ocorreu nesta segunda-feira (6), quando Doria anunciou medidas de contenção ao coronavírus. Ele aproveitou para reforçar o papel dos ministros mais populares do governo federal: Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, Sergio Moro, da Justiça, e Paulo Guedes, da Economia.
Os três ministros desagradaram o presidente nos últimos tempos. Seja por serem bem avaliados nas pesquisas, seja por defenderem as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que prega o isolamento social para conter o vírus. Bolsonaro já deu a deixa que pode trocar sua equipe a qualquer momento, caso se sinta traído ou desautorizado.
Doria aproveitou o anúncio da prorrogação da quarentena em São Paulo para atacar – sem dar nomes – aqueles que “pregam a morte”. Uma expressão adotada pela esquerda desde as discussões sobre o porte de armas defendido pelo presidente. O governador elogiou os que apoiam publicamente as medidas de contenção – como Mandetta, Moro e Guedes – como forma de “defender a vida”.