BRASÍLIA (Reuters) – O MDB lançou nesta sexta-feira uma carta aberta à nação em que afirma não ter tido tempo para implementar plenamente suas propostas e defende a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles para dar continuidade ao processo de combate à crise.
Assinado pelo presidente nacional do partido, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), e pelos presidentes das demais estruturas do partido, o documento cita o histórico de Meirelles como presidente do Banco Central –durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva– e sua atuação à frente da Fazenda para defender que ele acumula a experiência necessária para comandar o país.
“Queremos continuar o trabalho apenas iniciado. Não tivemos tempo para implantar e desenvolver plenamente nossas propostas”, diz a carta, que defende ainda um caminho “sem radicalismo, sem amadorismo, sem populismo”.
“Daí a decisão de lançar a candidatura de Henrique Meirelles à Presidência da República. Na encruzilhada em que nos encontramos, é tentador tomar a via mais curta, propondo soluções fáceis para problemas complexos. Que ninguém espere isso de nós.”
A candidatura do ex-ministro enfrenta resistências dentro do MDB, principalmente entre caciques do Nordeste, mas Meirelles garante contar com o apoio da maioria da sigla para ter seu nome confirmado como candidato na convenção do partido no próximo dia 2, em Brasília.
A carta argumenta ainda que o país não quer ir “para a direita, nem para a esquerda” e convoca a militância a defender a proposta “para o encontro com o futuro”.
E termina afirmando que “Henrique Meirelles será o primeiro presidente da República do MDB eleito pelo voto direto”.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)