Por Daren Butler e Humeyra Pamuk
ISTAMBUL (Reuters) – Os turcos votaram neste domingo em eleições presidenciais e parlamentares que representam o maior desafio nas urnas para Tayyip Erdogan e seu partido AK, de origens islâmicas, desde que chegaram ao poder mais de uma década e meia atrás.
A votação também deve introduzir uma poderosa nova presidência executiva buscada há tempos por Erdogan e apoiada por uma pequena maioria de turcos em um referendo de 2017.
Críticos dizem que isso irá desgastar ainda mais a democracia no país-membro da OTAN e reforçar o mandato de um homem só.
Uma multidão de apoiadores do presidente Erdogan entoava seu nome enquanto ele saía de uma escola após votar em Istambul, maior cidade da Turquia, apertando as mãos das pessoas em meio a um forte esquema de segurança.
“A Turquia está sendo palco de uma revolução democrática”, disse ele a repórteres na zona eleitoral. “Com o sistema presidencial, a Turquia está elevando o nível seriamente, acima do de civilizações contemporâneas.”
Erdogan, o líder mais popular, mas também polêmico, da história moderna da Turquia, argumenta que os novos poderes permitirão que ele enfrente melhor os problemas econômicos do país – a lira perdeu 20 por cento contra o dólar neste ano – e lidar com os rebeldes curdos no sudeste da Turquia e nos vizinhos Iraque e Síria.
Mas ele não considerou Muharrem Ince, candidato à Presidência do secularista Partido Republicano do Povo (CHP), cuja performance resoluta na campanha consolidou a oposição dividida e desmoralizada da Turquia.
(Reportagem adicional de Gulsen Solaker, Tuvan Gumrukcu, Ali Kucukgocmen e Ezgi Erkoyun)