Por Tom Hals e Jonathan Stempel
(Reuters) – O governo Trump informou nesta quinta-feira que todas as crianças imigrantes pequenas elegíveis foram reunidas com seus pais após terem sido separadas deles quando cruzaram a fronteira entre Estados Unidos e México, dois dias após um prazo final imposto por um tribunal.
Mas quase metade –46 das 103 crianças com menos de cinco anos que foram colocadas sob cuidados do governo– permanecem separadas por conta de preocupações de segurança, deportação de seus pais e outras questões, de acordo com o Departamento de Segurança Nacional dos EUA.
O governo foi ordenado no final do mês passado pelo juiz distrital Dana Sabraw, de San Diego, a reunir famílias separadas sob a política imigratória de tolerância zero do presidente Donald Trump de processar todos os adultos que entrem ilegalmente no país.
Estas separações ocorreram entre o começo de maio e 20 de junho, quando Trump assinou um decreto presidencial cessando-as. O presidente republicano tem enfrentado repercussões pela política, que alguns críticos disseram ser uma desgraça nacional.
Sabraw ordenou em 26 de junho reunificações para crianças com menos de cinco anos até o dia 10 de julho, e para mais de 2 mil crianças mais velhas até 26 de julho.
Ele deu ao governo até 22h, no horário de Brasília, desta quinta-feira para atualizá-lo sobre progressos.
O juiz emitiu a ordem em ligação com um processo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) desafiando as separações.
Em comunicado, a ACLU criticou o fracasso do governo em cumprir o prazo de 10 de julho e informou que está decidindo quais penalidades Sabraw deve impor.
“Se de fato 57 crianças tiverem sido reunidas por conta do processo, não poderíamos estar mais felizes por estas famílias”, disse Lee Gelernt, advogado do grupo de direitos civis.
“Mas não se enganem sobre isto: o governo perdeu o prazo até mesmo para estas 57 crianças”, acrescentou.
O governo informou que 46 crianças pequenas que não foram reunidas eram inelegíveis por diversas razões, incluindo problemas de saúde ou porque seus pais possuíam “sérios” históricos criminais, estão sob custódia ou haviam sido deportados.