Por Mark Gleeson
NIZHNY NOVGOROD, Rússia (Reuters) – A Associação Egípcia de Futebol negou relatos de que o atacante Mohamed Salah estaria prestes a abandonar a seleção do país depois de ter sido envolvido involuntariamente em uma ação de publicidade com o polêmico líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov.
De acordo com relatos da mídia, o atacante do Liverpool estaria irritado por ter recebido atenção especial durante a estadia da seleção egípcia na região muçulmana onde a Rússia lutou duas guerras brutais para derrotar separatistas desde o colapso da União Soviética.
“Ele não discutiu essa questão com nenhum dos membros da delegação. Estamos aqui em um evento esportivo e estamos seguindo os procedimentos da Fifa, nós não discutimos política, e se há qualquer discussão política, deve ser direcionada à Fifa”, disse o porta-voz da associação egípcia, Ossama Ismail, nesta segunda-feira.
O líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, que é apoiado pelo Kremlin, tornou o atacante egípcio um cidadão honorário da região russa em um banquete realizado na semana passada.
O campo de treinamento da seleção do Egito fica na Chechênia, e Kadyrov tem aproveitado oportunidades de aparecer ao lado de Salah, cujo desempenho pelo Liverpool e pelo Egito o tornaram uma estrela internacional do futebol.
“Mohamed Salah é um cidadão honorário da República da Chechênia. Sim, é isso mesmo! Hoje eu assinei um decreto atribuindo essa alta honra ao grande jogador de futebol e membro dos times do Egito e do Liverpool”, escreveu Kadyrov no Telegram.
Salah recebeu uma medalha e uma cópia do decreto em jantar na noite de sexta-feira, disse Kadyrov.
Grupos de direitos humanos e governos ocidentais alegam que autoridades na Chechênia reprimem adversários políticos, discriminam mulheres e perseguem minorias sexuais. Líderes da região negam as acusações.
Depois da polêmica, o Egito confirmou que Salah irá disputar a partida da seleção contra a Arábia Saudita nesta segunda-feira, a última dos dois times já eliminados pelo Grupo A da Copa do Mundo.