BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta terça-feira que o governo do presidente Michel Temer não considera que seja necessário novas concessões na proposta de reforma da Previdência, mas ponderou que o Palácio do Planalto segue aberto ao diálogo com os parlamentares se novas ideias trouxerem mais votos.
“Em nenhum momento colocamos que estamos fechados ao diálogo. O que não queremos são ideias que não vão a nenhum lugar, ideias que não tragam nem apoio nem votos”, disse Marun.
O ministro comentava uma tentativa de negociação aberta pelo deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que teria se oferecido para abrir negociações com os servidores públicos para uma transição mais suave e facilitar a aprovação da reforma.
Marun afirma que a proposta não chegou até ele, mas que “receberá com respeito” qualquer ideia que traga apoios e não interfira no que chama de pilares da reforma: idade mínima e regime único para iniciativa privada e servidor público.
No início da noite desta terça-feira, Marun se reúne com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os líderes do governo e dos partidos da base na casa de Maia para, segundo o ministro, tratar da estratégia para a votação.
O governo calcula ter apenas 270 votos e cerca de 70 indecisos. “Hoje começamos de forma mais organizada a reta final para a votação”, disse Marun.
Para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados são necessários 308 votos favoráveis em dois turnos de votação.
Marun também disse que a estratégia do governo para a Previdência tem sido “extremamente exitosa” e citou a pesquisa, encomendada pelo Planalto ao instituto Ibope e que mostra uma redução da rejeição à reforma entre a população. “Isso tem reflexo entre os deputados”, afirmou.
A pesquisa, não divulgada na íntegra pelo governo, mostraria que 44 por cento dos entrevistados rejeitam a reforma e 63 por cento defendem regime igual para servidores públicos e o setor privado, de acordo com dados publicados pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, em sua conta no Twitter.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)