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Kim ameniza clima de cúpula coreana com sorrisos e apertos de mão

Por Ju-min Park

SEUL (Reuters) – Os portões dourados do imponente edifício norte-coreano se abriram e o líder Kim Jong Un, vestindo um terno preto à la Mao Tsé-Tung e cercado por uma comitiva de funcionários, desceu uma série de degraus rumo à fronteira.

Nenhum líder norte-coreano punha os pés em solo sul-coreano desde a Guerra da Coreia de 1950-53.

Sorrindo, Kim estendeu a mão ao também sorridente presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que o esperava entre os edifícios baixos e azuis que se estendem pela divisa em Panmunjom.

O vilarejo é um dos poucos locais sem cercas de arame farpado ou campos minados entre os dois países, separados por um conflito que terminou com uma trégua, não um tratado de paz — o que significa que ainda estão tecnicamente em guerra.

“Fiquei entusiasmado de nos encontrarmos neste local histórico, e é realmente comovente que você tenha vindo até a linha de demarcação para me receber pessoalmente”, disse Kim ao apertar a mão de Moon através da fronteira.

“Foi uma grande decisão sua fazê-lo aqui”, respondeu Moon, vestido com um terno escuro e uma gravata azul clara, convidando Kim a passar por cima da linha divisória, o que ele fez.

Foi algo que Kim Il Sung, seu avô e líder fundador da Coreia do Norte, e seu pai, Kim Jong Il, jamais fizeram.

Duas cúpulas anteriores entre os líderes das duas Coreias foram realizadas em Pyongyang, a capital norte-coreana, em 2000 e 2007.

Voltando a apertar as mãos, Moon, de 65 anos, e Kim, de 34 anos, se voltaram para os fotógrafos da Coreia do Norte e depois da Coreia do Sul. Em seguida Kim pegou a mão de Moon e, num improviso, o convidou a cruzar a fronteira para seu país, onde ficaram frente a frente para conversar um pouco mais.

Kim contou ter sentido “um turbilhão de emoções” ao percorrer a distância curta até a divisa, perguntando-se “por que demorou tanto”, disse a Moon posteriormente no início das conversas.

Mais tarde, já próximo do pôr do sol, os dois se sentaram a uma pequena mesa instalada em uma ponte de pedestres ao longo da fronteira para uma conversa particular de meia hora, às vezes rindo e às vezes aparentando seriedade — uma cena extraordinária tendo em conta a tensão de poucos meses atrás, quando uma Coreia do Norte desafiadora realizava testes nucleares e de mísseis.

As relações melhoraram desde janeiro, e no mês seguinte as equipes olímpicas das nações vizinhas marcharam sob a mesma bandeira na Olimpíada de Inverno realizada na Coreia do Sul.

“O mundo inteiro está assistindo” com grande expectativa, disse Kim no início da reunião na Casa da Paz, do lado sul da divisa. “Temos muita coisa sobre nossos ombros”.

(Por Christine Kim, Josh Smith, Heekyong Yang e Inter-Korean Cúpula Press Corps)

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