BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou nesta sexta-feira que o blocão -que na véspera fechou acordo com o tucano Geraldo Alckmin- vai voltar a ser “adjacente” do PSDB e que a legenda que preside ainda busca fechar um acordo eleitoral com o PSB.
“A gente nunca teve o centrão. Eles vão voltar ao leito natural deles, que é ser adjacentes ao PSDB. Quem vive com tucano acaba carregando a pena do tucano. Se eles querem isso, o que eu posso fazer?”, disse Lupi, em entrevista logo após a oficialização da candidatura presidencial de Ciro Gomes pelo PDT.
“Você não perde o que não conseguiu. Não é fácil, ele só tem peso pesado. É difícil, mas eles fizeram a opção e se uniram ao PSDB”, completou.
Uma contraofensiva de Alckmin e aliados do tucano fizeram com que o blocão -formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade- fechassem com o tucano, após estarem próximos de acertar com o próprio Ciro Gomes.
O candidato do PDT deixou a convenção partidária sem falar com a imprensa.
Carlos Lupi afirmou que conversou nesta sexta-feira com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, a fim de tentar fechar uma aliança com os socialistas. Segundo Lupi, o PSB está olhando também para as questões nos Estados, principalmente em Pernambuco.
O presidente do PDT disse considerar que a conversa com o governador de São Paulo e candidato à reeleição, o socialista Márcio França, “avançou bem” e destacou que acha que ele pode apoiar Ciro. “Eu acho que tem que acontecer naturalmente”, disse.
Lupi afirmou ainda que o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, telefonou para ele nesta sexta-feira e comentou que fará uma grande consulta no partido sobre apoio ao PDT. Mas o pedetista considera muito difícil eles deixarem o blocão.
“Acho muito difícil eles saírem do bloco porque se sentem com o bloco um grupo mais forte. Qualquer que seja o presidente, tem que conversar com o bloco”, destacou.
(Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu)