BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que já pediu ao governo uma estimativa dos votos que tem para eventualmente aprovar o projeto da privatização da Eletrobras.
A proposta tem apresentado uma tramitação arrastada, mas a expectativa entre governistas e até do próprio Maia é de votá-la no plenário da Câmara ainda no mês de maio. Por ora, a medida aguarda deliberação em uma comissão especial da Casa.
“Já pedi ao governo que me diga quantos votos a base tem para avaliar se dá para votar ou não o projeto da Eletrobras”, disse o presidente da Câmara a jornalistas.
Na semana passada, Maia afirmou que ainda não havia condições para votar o projeto.
Sobre outra controversa proposta que também vem enfrentando resistências na Câmara –o projeto da reoneração da folha de pagamento de alguns setores da economia– o deputado disse ainda não ter recebido um “sinal verde” dos líderes de bancada para colocá-la em votação.
“Porque pautar para perder, é melhor esperar um pouco”, avaliou Maia.
O presidente da Casa disse ainda acreditar que haverá quórum, mesmo nesta semana atípica por conta do feriado na terça-feira, tanto para a análise de algumas urgências na sessão da Câmara quanto para votar, em sessão conjunta do Congresso, um projeto que remaneja recursos para cobrir a inadimplência da Venezuela e de Moçambique em operações nas quais o Brasil é o garantidor de crédito.
Maia afirmou, no entanto, que é responsabilidade do governo do presidente Michel Temer trabalhar pela presença de parlamentares da base para garantir a votação.
“Vai ter quórum para votar as urgências e depois votar a sessão do Congresso, votar o PLN que precisa votar no dia de hoje”, afirmou. “O governo tem que estar melhor articulado, aqui se não desmobiliza a base.”
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)