Por Josh Smith
SEUL (Reuters) – A agência de notícias estatal da Coreia do Norte classificou neste sábado a cúpula entre as Coreias como ponto de inflexão para a península coreana, ao mesmo tempo em que o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que manterá sanções e a pressão sobre Pyongyang antes de seu próprio encontro sem precedentes com o líder Kim Jong Un.
A agência de notícias KCNA divulgou a declaração conjunta do líder norte-coreano, Kim Jong Un, e do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, apresentado na sexta-feira após a primeira reunião entre as duas Coreias após mais de uma década.
Kim e Moon prometeram trabalhar pela “completa desnuclearização” da península coreana e concordaram com uma meta em comum de uma península “livre de armas nucleares”.
“Nas conversas, ambos os lados tiveram uma troca sincera e de corações abertos sobre as questões de preocupação mútua, incluindo as questões de melhorar as relações entre Norte-Sul, garantir a paz na península coreana e a desnuclearização da península”, disse a KCNA, relatando que a noite se encerrou com um jantar em uma “atmosfera amigável transbordando de sentimentos de parentesco.”
Um dia após a reunião entre Kim e Moon ter produzido imagens dramáticas e uma declaração de boa vontade, a imprensa sul-coreana estava reproduzindo cenas dos dois líderes e o principal jornal estatal da Coreia do Norte publicou várias páginas com mais de 60 fotos da visita.
Na tarde de sábado, o canal de televisão estatal norte-coreano transmitiu sua primeira gravação da reunião.
A maioria dos compromissos destacados na declaração oficial focaram nas relações entre Coreias e não esclareceu a questão se Pyongyang está disposta a desistir de seu arsenal de armas nucleares e mísseis balísticos.
Em sua cobertura da reunião, a mídia estatal norte-coreana fez raras menções sobre a discussão de desnuclearização, mas não entrou em detalhes, destacando ao invés disso os temas mais gerais de paz, prosperidade e unidade coreana.
A declaração recebeu elogios contidos mas otimistas de líderes mundiais, incluindo Trump, que afirmou que apenas o tempo dirá, mas que ele não acreditava que Kim estava “representando”.
“Nunca foi tão longe. Este entusiasmo por eles quererem fazer um acordo… esperamos fazer um acordo.”
Ainda assim, Trump disse a jornalistas que manteria a pressão sobre a Coreia do Norte e “não repetiria os erros das administrações passadas.”
Uma autoridade sênior dos EUA afirmou que estão considerando Cingapura como um possível local para a cúpula entre Trump e Kim.