Por Alistair Smout
LONDRES (Reuters) – A organização humanitária britânica Oxfam passou a sofrer ainda mais pressão nesta terça-feira depois que uma ex-funcionária de alto escalão disse que suas preocupações a respeito de “uma cultura de abuso sexual” envolvendo agentes de alguns escritórios foram ignoradas.
Helen Evans, que foi encarregada de investigar alegações contra membros da Oxfam entre 2012 e 2015, disse à rede de televisão Channel 4 que os casos de abuso que ouviu incluíram o de uma mulher que foi coagida a fazer sexo em troca de ajuda.
Outro disse respeito a uma agressão de um funcionário a um voluntário adolescente em uma entidade de caridade do Reino Unido, relatou.
Uma análise de agentes da Oxfam em três países, incluindo o Sudão do Sul, mostrou que cerca de 10 por cento destes foram agredidos sexualmente e que outros testemunharam ou sofreram estupros ou tentativas de estupro de colegas, segundo Helen.
A ex-funcionária, que dirigiu uma seção de “salvaguarda” responsável por proteger agentes e as pessoas com as quais a Oxfam trabalha, falou da frustração de ver seus pedidos de ajuda adicional para sua equipe não serem levados devidamente a sério.
“Senti que nosso fracasso de providenciar recursos adequadamente estava colocando as pessoas em risco”, disse ela em uma entrevista transmitida pelo Channel 4 no final da segunda-feira. “Luto para entender por que eles não reagiram imediatamente àquele pedido de recursos adicionais”.
Uma das ONGs mais conhecidas do mundo, com programas de ajuda em todo o globo, a Oxfam corre o risco de perder financiamento do governo britânico devido às alegações de má conduta sexual.