Por Diego Oré
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – A equipe de transição do presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, revelou na sexta-feira um plano para combater o crime, incluindo menor tempo de prisão, mas maior controle de armas, enquanto o país trava uma guerra contra o tráfico de drogas.
O conceito de “justiça transicional” é parte da estratégia de segurança do novo governo, disse Olga Sánchez, provável futura ministra do Interior, em entrevista à Reuters antes de sua equipe revelar o plano.
A justiça transicional envolve leniência para aqueles que confessam os crimes, comissões da verdade para investigar atrocidades e a concessão de indenizações para vítimas.
“Não será apenas anistia, será uma lei que reduz o tempo de detenção”, disse Sánchez.
“Vamos propor descriminalização, criar comissões da verdade, atacar as causas da pobreza, dar escolaridade aos jovens e trabalhar no campo para tirá-los das drogas”, disse.
López Obrador, esquerdista que foi eleito no domingo, quer reescrever as regras da guerra às drogas, sugerindo uma paz negociada e uma anistia para algumas pessoas que, hoje, são alvo das forças de segurança.
Sánchez afirmou que o novo governo, que assume em 1º de dezembro, vai ser rápido em reconsiderar as políticas de drogas e o uso dos militares que, embora tenha capturado alguns chefões do tráfico, não conseguiu impedir mais de 200 mil homicídios desde a sua implementação, em 2006.
(Reportagem adicional de Daina Beth Solomon)