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Presidente venezuelano Maduro diz que ataque com drone foi para matá-lo e acusa Colômbia

Por Alexandra Ulmer e Vivian Sequera

CARACAS (Reuters) – Ao menos uma explosão atingiu um evento militar em que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursava no sábado, no que o governo qualificou como uma tentativa fracassada de assassinato envolvendo drones que carregavam explosivos.

Maduro disse que “tudo aponta” para uma trama da direita contra ele e que a investigação inicial indicaria laços com a Colômbia e o Estado norte-americano da Flórida, onde vivem muitos exilados venezuelanos. Vários dos responsáveis pelo ataque foram pegos, afirmou ele, sem elaborar.

O ministro da Informação, Jorge Rodrigues, disse que drones carregados com explosivos foram detonados perto do evento militar no centro de Caracas. Uma venezuelana que visitava a família nas redondezas disse à Reuters que ouviu duas explosões.

Maduro, um socialista que substituiu o presidente Hugo Chavez após sua morte em 2013, não sofreu danos, mas Rodrigues afirmou que sete soldados da Guarda Nacional foram feridos.

“Essa foi uma tentativa de assassinato, eles tentaram me assassinar”, disse Maduro após o incidente em um discurso na televisão.

Um pouco conhecido grupo chamado “Movimento Nacional dos Soldados em Camisetas” se disse responsável pelo ataque. Em uma série de postagens em mídia social, o grupo disse que pretendia utilizar dois drones, mas que eles foram derrubados por atiradores profissionais.

“Nós demonstramos que eles são vulneráveis. Nós não tivemos sucesso hoje, mas isso é só uma questão de tempo”, disse o grupo, que afirma ter sido fundado em 2014 para juntar todos os “grupos de resistência” da Venezuela.

O grupo não respondeu a diversos pedidos de informações enviados pela Reuters.

Maduro conquistou um novo mandato de seis anos em maio, mas seus principais rivais questionaram a eleição e alegam que houve muitas irregularidades.

A Venezuela tem sofrido com o quinto ano de uma severa crise econômica que tem gerado desnutrição, hiperinflação e fuga em massa de pessoas do país.

Maduro disse que o presidente colombiano Juan Manuel Santos estaria por trás do ataque, mas não deu evidências da acusação.

“O nome de Juan Manuel Santos está por trás desse ataque…as investigações iniciais apontam para Bogotá”, disse Maduro.

Uma fonte do governo colombiano disse que a alegação de Maduro é “absurda” e que Santos estava celebrando o batismo de sua neta no sábado. “Ele não estava pensando em mais nada, muito menos em derrubar governos estrangeiros”, disse a fonte.

Durante o incidente, Maduro falava sobre a crise econômica da Venezuela em seu discurso, quando o áudio da cobertura televisiva do evento foi subitamente cortado.

Maduro e outros no palco então olharam para cima e as câmeras cortaram para mostrar soldados enfileirados na rua. Diversos deles correram então em pânico, evacuando a área.

Fotos nas redes sociais parecem mostrar seguranças protegendo Maduro com escudos à prova de balas. Uma foto também mostrou um militar ferido, com um sangramento na cabeça, sendo apoiado por seus colegas.

A economia da Venezuela, que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), está em colapso desde 2014, devido à queda nos preços do petróleo.

Maduro, que se descreve como um “filho” de Chavez, é um ex-motorista de ônibus, e diz que está lutando contra um plano “imperialista” para destruir o socialismo e tomar o petróleo da Venezuela. Opositores o acusam de ser autoritário, dizendo que ele destruiu a economia do país.

Maduro disse que as investigações iniciais apontaram que “diversos dos intelectualmente responsáveis e financiadores do ataque vivem nos EUA, no Estado da Flórida”. Ele pediu que o presidente Donald Trump “lute contra esses grupos terroristas.”

Um funcionário sênior do Departamento de Estado dos EUA disse: “nós ouvimos esses relatos vindo da Venezuela. Estamos acompanhando com cuidado a situação.”

No ano passado, um oficial da polícia venezuelana seqüestrou um helicóptero e atirou contra prédios do governo no que disse ser uma ação contra um ditador. Ele foi perseguido e morto pelas forças venezuelanas.

(Por Alexandra Ulmer; reportagem adicional de Liamar Ramos, Andreina Aponte e Shaylim Castro em Caracas, Luis Jaime Acosta em Bogotá; e David Brunnstrom em Jacarta)

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