SÃO PAULO (Reuters) – O presidente Michel Temer disse em entrevista à Rede TV nesta sexta-feira que uma eventual candidatura à reeleição só será analisada em junho, ao mesmo tempo que defendeu que o grupo político que lhe dá sustentação tenha candidato único ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro.
Indagado sobre se colocaria seu nome na disputa, Temer evitou responder diretamente, afirmando que pretende ser reconhecido como um presidente reformista.
“Essa é uma matéria que nós vamos começar a examinar mais ou menos no mês de junho. Porque a partir de junho é que você tem inscrições, etc”, disse Temer quando questionado sobre uma candidatura à reeleição.
“O meu papel agora é fazer o melhor governo possível para que, no futuro –não me interessa a popularidade agora–, mas no futuro muito próximo… ser lembrado como um presidente reformista”, acrescentou o presidente, que tem 70 por de reprovação de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta semana.
Ele apontou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), como um bom candidato, mas pediu que só lhe perguntassem qual será o seu nome para o Planalto em junho.
Temer também avaliou que os nomes do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda registram desempenho fraco nas pesquisas de intenção de voto porque eles ainda não definiram suas candidaturas e porque este tipo de sondagem, na altura atual, “não valem absolutamente nada para a eleição”.
“Terá que haver um candidato que defenda as reformas”, afirmou Temer. “O ideal seria você ter um candidato que diga ‘vou destruir tudo o que o Temer fez’ e outro que diga ‘eu vou manter e vou continuar o que o Temer fez’. Seria útil para o país.”
PREVIDÊNCIA
O presidente também foi questionado sobre a reforma da Previdência, que tem votação marcada na Câmara dos Deputados para a semana do dia 19 de fevereiro, e disse que no momento a Proposta de Emenda à Constituição da reforma tem 271 votos favoráveis entre os deputados.
Temer negou que tenha jogado a toalha sobre a reforma e afirmou que sequer pegou a toalha. Ele disse que o governo trabalha em corpo a corpo com os parlamentares e reiterou o desejo de votar a PEC na Câmara em fevereiro, destacando que o país não pode ficar no tema da reforma da Previdência o ano inteiro.
Para aprovar a reforma da Previdência na Câmara são necessários os votos favoráveis de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação na Casa. Após isso, a medida precisa ainda passar pelo Senado.
(Por Eduardo Simões)