Por Alexandra Ulmer e Corina Pons
CARACAS (Reuters) – A Venezuela marcou a eleição presidencial deste ano para 22 de abril, depois que fracassaram conversas mediadas entre o governo de esquerda e uma coalizão de oposição, abrindo caminho para a provável reeleição do presidente Nicolás Maduro.
O governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) já havia dito que a votação seria realizada antes do final de abril, com Maduro como candidato, apesar de sua impopularidade generalizada e de uma crise econômica devastadora na nação rica em petróleo.
Durante as conversas realizadas nas últimas semanas na República Dominicana, a oposição fez pressão para que a eleição acontecesse mais tarde neste ano para ter tempo de escolher um candidato, já que seus dois líderes principais estão inelegíveis.
Mas as tratativas entre os adversários desmoronaram na quarta-feira, e o Conselho Nacional Eleitoral, que é pró-governo, anunciou à noite a data de 22 de abril para a realização do pleito.
Diversas nações, incluindo a vizinha Colômbia, já disseram que não reconhecerão a eleição, alvo de críticas devido ao uso indevido de recursos estatais e à desqualificação de políticos opositores.
Também existem temores de fraude deliberada.
A votação antecipada só aumentará as críticas segundo as quais Maduro transformou a Venezuela em uma ditadura, e podem levar a novas sanções dos Estados Unidos.
Washington está mais próxima de decidir se adota sanções contra o petróleo venezuelano, disse o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, no início da quarta-feira, o que seria um golpe duro na economia já fragilizada do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Mas o governo Maduro disse que está preparado para suportar as sanções da gestão “imperialista” de Trump.
Poucos minutos antes do anúncio do Conselho Nacional Eleitoral, Maduro mostrava entusiasmo em um evento de campanha em um parque de Caracas, durante o qual dançou e abraçou apoiadores.
“O povo já decidiu: Nicolás Maduro é presidente da república para o período 2019-2025”, afirmou o ex-motorista de ônibus e ex-líder sindical de 55 anos.
(Reportagem adicional de Vivian Sequera)