O boletim de MONEY REPORT sobre saúde, inovação, negócios e políticas públicas
Comórbidos podem tomar a bivalente
Pessoas com comorbidades foram incluídas nos grupos considerados prioritários para receber a vacina bivalente contra a covid-19. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (31) pelo Ministério da Saúde. De acordo com a nota técnica, a inclusão foi feita por conta da disponibilidade de doses do imunizante e tem como base orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A lista inclui quem sofre de:
– diabetes mellitus
– pneumopatias crônicas graves
– hipertensão arterial resistente
– hipertensão arterial estágio 3
– hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo
– insuficiência cardíaca
– cor-pulmonal e hipertensão pulmonar
– cardiopatia hipertensiva
– síndromes coronarianas
– valvopatias
– miocardiopatias e pericardiopatias
– doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas
– arritmias cardíacas
– cardiopatia congênita no adulto
– próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados
– doenças neurológicas crônicas e distrofias musculares
– doença renal crônica
– hemoglobinopatias e disfunções esplênicas graves
– obesidade mórbida
– síndrome de Down e outras síndromes genéticas
– doença hepática crônica
Qualquer pessoa com idade entre 12 e 59 anos que tenha alguma das condições listadas e que já tenha tomado os dois reforços contra a covid-19 pode receber a bivalente. Não é necessário comprovar a comorbidade.
Subvariante de risco na Índia
Virologistas e epidemiologistas acreditam que a subvariante XBB.1.16 da ômicron seja a responsável pelo perigoso aumento dos casos de coronavírus na Índia. O Ministério da Saúde do país divulgou que 1.573 novas infecções foram registradas em 24 horas na semana anterior e os casos ativos aumentaram para 10.981. O número é expressivamente superior aos menos de 100 novos casos diários que a Índia relatou em alguns dias de janeiro, quando atingiu a menor taxa desde o início da pandemia.
Imunidade híbrida reduz riscos de casos graves de covid-19 em 95%
Pessoas que tomaram pelo menos duas doses de vacina contra a covid-19 e testaram positivo para o coronavírus, antes ou depois da aplicação da imunização, têm menos chance de apresentar quadros graves por causa da imunidade híbrida. Foi o que concluíram autores de um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, em 18 de janeiro. O estudo aponta que um indivíduo com imunidade híbrida tem risco reduzido em até 95% de desenvolver sintomas graves de covid-19 ou de ser internado em decorrência dela. A proteção se mantém alta por 12 meses. Esse tipo de imunidade resulta da combinação da proteção promovida pela vacinação com a defesa natural, surgida quando alguém é infectado pelo Sars-CoV-2, conforme a OMS. Com o alto número de casos e uma quantidade considerável de vacinados, estima-se que muitas pessoas tenham a proteção associada. A investigação foi liderada por pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que MONEY REPORT publicou na semana
- Ameaça de gripe aviária suspende feiras de frangos
- NetCann quer explorar uso medicinal da cannabis no Brasil
- Brasil atinge 700 mil mortes por covid
A cada dia, 145 mulheres são internadas para tratar varizes
Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular mostram que 145 mulheres são internadas todos os dias no Brasil para tratamento de varizes. O cálculo é que, a cada hora, em média, seis mulheres são submetidas a cirurgias para tratar do problema apenas na rede pública. Apesar dos altos números, a entidade alerta que muitos casos represados durante a pandemia de covid-19 podem ainda não ter sido tratados. O levantamento, elaborado a partir de informações disponíveis na base de dados do Ministério da Saúde, mostra que as varizes são amplamente mais comuns em mulheres. Na série histórica analisada, entre 2013 e 2022, 76% dos 695 mil casos registrados foram em pessoas do sexo feminino, totalizando 529 mil mulheres submetidas ao tratamento nos últimos dez anos.
Retirada de ovários aumentaria risco de Parkinson
Um estudo realizado por pesquisadores norte-americanos indica que a retirada dos ovários de pacientes com menos de 43 anos pode estar associado ao maior risco de desenvolvimento da doença de Parkinson. A pesquisa foi publicada na revista médica Jama Network Open e pode ser acessado na íntegra neste link. A pesquisa se baseou nas informações 2.750 mulheres submetidas à retirada do órgão responsável por produzir os óvulos por condições benignas, como cistos e endometriose, e outras 2.749 que não passaram pelo procedimento. A cada 48 mulheres com menos de 43 anos que realizaram ooforectomia bilateral profilática (nome dado ao procedimento cirúrgico), uma teve a doença neurodegenerativa, que provoca uma aceleração do envelhecimento biológico de todo o corpo ou, mais especificamente, apenas do cérebro. Os sintomas mais visíveis são rigidez muscular, tremores, dificuldade de movimentação e perda de equilíbrio,
Genética protege indígenas da Amazônia contra Chagas
A baixa ocorrência de doença de Chagas entre povos indígenas da Amazônia pode ter uma explicação genética, aponta estudo publicado na revista Science Advances. Segundo o trabalho científico, uma variante genética presente na maioria dos indivíduos analisados na região tem importante papel na resistência à infecção pelo parasita causador da doença. A doença de Chagas é transmitida por um percevejo popularmente conhecido como barbeiro ou chupão. Assim que o inseto termina de se alimentar, defeca, eliminando os protozoários e colocando-os em contato com a ferida e a pele da vítima, transmitindo o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas. A doença pode ocasionar problemas cardíacos, digestivos ou neurológicos. O estudo analisou mais de 600 mil marcadores do genoma de 118 pessoas de 19 populações indígenas, que representam a maior parte do território da Amazônia, tanto no Brasil como nos outros países da América do Sul que abrigam a floresta. A pesquisadora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) Kelly Nunes explica como ocorreu a adaptação dos indígenas. “O continente americano foi o último ocupado pelos humanos modernos e tem uma grande variedade de ambientes. Isso certamente causou uma pressão seletiva sobre esses povos e induziu adaptações, como essa que estamos vendo agora”, destaca Kelly Nunes, que divide a primeira autoria do estudo com Cainã Couto Silva, doutorando na área de genética e biologia evolutiva pelo IB-USP.