Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Remédio para emagrecimento diminui vontade de beber
Conhecido pelos seus ganhos para a perda de peso, o medicamento Ozempic pode reservar um benefício extra em sua fórmula: diminuir o consumo de bebida alcoólica. Durante estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Virgínia, nos EUA, pacientes relataram sentir menor vontade de consumir álcool após o uso do medicamento.
Metade dos casos de demência podem ser prevenidos
Segundo estudo publicado pela revista Lancet, publicada na Conferência internacional da Alzheimer’s Association nos EUA, quase metade dos casos de demência no mundo poderiam ser prevenidos ou retardados. O número de pessoas vivendo com demência globalmente está previsto para quase triplicar para 153 milhões até 2050, e pesquisadores alertam que isso representa uma ameaça crescente aos sistemas de saúde e assistência social.
A pesquisa também identificou que os custos ligados à doença excedem US$ 1 trilhão (R$5,5 trilhões) por ano. Com base nas últimas evidências disponíveis, o relatório acrescenta dois fatores de risco que estão associados à doença. Cerca de 7% dos casos estão ligados ao colesterol “ruim” por volta dos 40 anos, enquanto 2% dos casos são atribuíveis à perda de visão não tratada na vida adulta.
Esses novos fatores de risco se somam aos 12 identificados pela comissão Lancet em 2020, que juntos são atribuíveis a cerca de 36% dos casos de demência. São eles: baixos níveis de educação, deficiência auditiva, pressão alta, tabagismo, obesidade, depressão, sedentarismo, diabetes, consumo excessivo de álcool, traumatismo cranioencefálico, poluição do ar e isolamento social.
5 mil mortes por dengue em 2024
O Brasil já contabiliza 5.008 mortes por dengue em 2024. O número é mais de quatro vezes superior ao registrado ao longo de todo o ano anterior, quando foram notificados 1.179 óbitos pela doença. Há ainda 2.137 mortes em investigação pela doença.
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses indicam que o país contabiliza 6.449.380 casos prováveis de dengue. Os dados mostram que 55% dos casos prováveis se concentram entre mulheres e 45%, entre homens. O grupo de 20 a 29 anos responde pelo maior número de infecções, seguido pelos de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos
Mpox volta a preocupar
Segundo a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) os casos de mpox na República Democrática do Congo (RDC) estão em ascensão há mais de 2 anos. O cenário se agravou ao longo dos últimos meses em razão do uma mutação que levou à transmissão da doença de pessoa para pessoa, além da notificação de casos suspeitos na província de Kivu do Norte.
Transmitida por contato próximo entre indivíduos ou com animais infectados, a mpox é considerada endêmica na África Central e na África Ocidental, com duas cepas diferentes, desde a década de 1970. A RDC já validou pelo menos duas vacinas contra a mpox mas, no momento, nenhuma das doses está disponível.
A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
Há uma fraude global de remédios falsos em países pobres
Um quinto dos medicamentos na África pode ser de qualidade inferior ou falso. A conclusão é de uma pesquisa da Universidade Bahir Dar, na Etiópia, que identificou que das 7.508 amostras de medicamentos incluídas, 1.639 falharam em pelo menos um teste de qualidade.
Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, o custo humano do uso destes medicamentos é de 500.000 mortes por ano na África Subsaariana.
O que MR publicou
Esparadrapo cardíaco impresso em 3D pode reparar tecidos do coração
A busca por biomateriais para reparar órgãos humanos oferece um grande desafio: os tecidos originais geralmente são fortes e elásticos, e variam em formato e tamanho. Por isso, criar uma solução personalizada para cada paciente não é simples. Mas uma equipe liderada pela Universidade do Colorado, nos EUA, parece ter dado o primeiro passo em direção a isso. Os pesquisadores criaram uma nova técnica capaz de imprimir material em 3D que é, ao mesmo tempo, elástico o suficiente para suportar as batidas de um coração e facilmente moldável para se ajustar a cada paciente. O novo “band-aid” ainda adere facilmente a tecidos “úmidos” – o que pode ajudar na tarefa de reparar tecidos humanos de forma menos invasiva.
ANS incorpora mais remédios
A diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a incorporação de cinco medicamentos ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. São eles, Brodalumabe, destinado a tratar psoríase em placas, moderada a grave, em pacientes adultos que são elegíveis para terapia sistêmica ou fototerapia; e Ibrutinibe – em combinação com venetoclax – para adultos com leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico de pequenas células (LLC/LLPC), em primeira linha.
Também foram incorporados Tezepelumabe, remédio complementar para o tratamento da asma alérgica grave; Tezepelumabe, remédio para tratar a asma eosinofílica grave; e Belimumabe, destinado a pacientes adultos com nefrite lúpica (doença inflamatória que atinge os rins).
Implantado o primeiro coração de titânio
Um americano de 58 anos que estava em estágio terminal com uma grave insuficiência cardíaca, foi o primeiro a receber um coração feito de titânio. O dispositivo foi implantado de forma inédita em uma cirurgia feita no hospital Baylor St. Luke’s Medical Center, no estado do Texas, nos Estados Unidos. A operação transcorreu sem complicações e o paciente viveu oito dias com o órgão artificial até receber um transplante.
Ansiedade após os 50 anos pode ser sinal precoce de Parkinson
Pessoas diagnosticadas com ansiedade depois dos 50 anos têm o dobro de risco de desenvolver Parkinson no futuro, revela um novo estudo publicado no British Journal of General Practice e conduzido por pesquisadores da University College em Londres, na Inglaterra. Os autores queriam testar a associação entre o surgimento da ansiedade em adultos mais velhos e o risco de Parkinson, já que essa doença pode manifestar sinais bem antes do início dos sintomas motores mais conhecidos, como lentidão ou tremores de repouso.
Como reconhecer ansiedade na infância
A ansiedade é um sentimento comum na infância, mas torna-se disfuncional quando impede a criança de realizar atividades simples, como ir à escola. Cerca de 20% das crianças apresentam ou apresentarão algum traço de ansiedade, segundo Mara Duarte, neuropedagoga e diretora do Grupo Rhema Neuroeducação.
Sinais de Ansiedade Disfuncional:
- Prejuízo nas atividades diárias da criança.
- Falta de amigos.
- Pensamentos constantes sobre perigo ou ameaça.
- Sintomas físicos como náuseas e transpiração.
Tipos de Transtornos de Ansiedade:
- Separação: Medo de ir à escola, preocupações com os pais, sintomas físicos durante o distanciamento.
- Social: Medo de apresentações em público, falar ao telefone, ou eventos sociais.
- Fobias Específicas: Medos de situações específicas como voar de avião, lugares escuros, ou tomar injeções.
- Generalizado: Preocupações excessivas com desempenho escolar, segurança, ou catástrofes mundiais.
- Transtorno do Pânico: Sintomas físicos como tontura, coração acelerado, e falta de ar.
Estratégias de Ajuda
- Mantenha a calma e use técnicas de relaxamento e pensamento realista.
- Incentive a criança a nomear seus sentimentos e assegure que ela está segura.
- Orientações Práticas:
- Não repreenda; compreenda e auxilie.
- Ajude a criança a sair da zona de conforto para desenvolver confiança.
- Seja flexível com mudanças na rotina.
- Elogie pequenas conquistas.
- Observe o temperamento e reações para formular estratégias eficazes.
- Converse com pais e profissionais da educação para implementar ações.
- Busque ajuda profissional se a ansiedade persistir.