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Demência e visão; fila da córnea; tumor infantil

Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas

Tratar problemas de visão pode prevenir 20% dos casos de demência

Um trabalho publicado na quinta-feira (5), no periódico Jama Ophthalmology, afirma que há uma forte conexão entre deficiência visual tardia e demência, o que justificaria pesquisas mais aprofundadas para ajudar a definir estratégias de prevenção. O estudo foi feito nos Estados Unidos e indicou que até 19% dos casos em idosos podem ser atribuídos a problemas de visão. No geral, 19% dos casos de demência podem ser atribuídos a pelo menos um desses problemas, com o número sendo maior entre pessoas de 71 a 79 anos, mulheres e pessoas brancas não hispânicas. A correlação anterior era de 2%.

Foram avaliadas a capacidade visual e os dados cognitivos de 2.767 pessoas com 65 anos ou mais que tinham seguro de saúde e que não estavam em casas de repouso ou outras instalações. Os resultados sugerem que cerca de 5% das causas de demência podem ser atribuídas à deficiência da visão de longe, cerca de 10% à deficiência da visão de perto e cerca de 15% a problemas de sensibilidade ao contraste – a capacidade de distinguir sombras e cores. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de 55 milhões de pessoas vivendo com demência no mundo.

Fila para transplantes de córnea triplica em uma década

O número de pacientes na fila de espera por um transplante de córnea no Brasil quase triplicou nos últimos dez anos, passando de 10.734 em 2014 para 28.937 em junho de 2024. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram o ranking de espera, com cerca de 12,5 mil pacientes. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (2) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Além da interrupção de cirurgias eletivas na pandemia, o CBO cita insuficiência de doadores e melhorias na gestão de transplantes.

Em nota, a entidade avalia que a pandemia da covid-19 impactou significativamente os procedimentos eletivos. O aumento mais expressivo na fila de espera por um transplante de córnea foi registrado exatamente em 2020, quando o total saltou de 12.212, em 2019, para 16.337, um crescimento de 33%. De 2014 a junho de 2024, um total de 146.534 pacientes realizaram transplante de córnea.

Em relação ao tempo de espera para realização dos transplantes, a média nacional é de 194 dias, pouco mais de 6 meses. Para o CBO, o modelo vigente tem levado a distorções na assistência, como a existência de filas onde pacientes levam anos para serem atendidos. “Há casos pontuais de pacientes que aguardaram 190 meses, ou seja, 16 anos para realizar uma cirurgia de transplante de córnea, como aconteceu no Rio Janeiro. Também há situações que chamam a atenção como no Ceará (159 meses), no Pará (152 meses), em Minas Gerais (129 meses) e em Goiás (94 meses)”.

Projeto ajudará gestão de hospitais do RS

Sete hospitais públicos e filantrópicos gaúchos afetados pelas enchentes de abril e maio no Rio Grande do Sul receberão apoio para recuperar e melhorar sua capacidade de gestão após o desastre. O auxílio virá de dois hospitais privados, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde.

Chamado de Apoio Emergencial à Gestão de Hospitais do Rio Grande do Sul, o projeto busca fortalecer o sistema público gaúcho após o evento climático extremo. O HCor, de São Paulo, e o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, farão diagnósticos da situação dos sete hospitais, que foram afetados direta ou indiretamente pelas enchentes, e atuarão com a produção de planos de ação, capacitação de lideranças e monitoramento dos resultados

Entre as medidas a serem adotadas estão a avaliação dos impactos das enchentes e a reestruturação da rede de atenção à saúde, revisão das estruturas administrativas dos hospitais, análise da situação financeira deles e a melhoria da oferta de atendimento aos pacientes. Também estão previstas a melhoria dos processos de compra e abastecimento de insumos, a promoção das instalações e equipamentos e a avaliação dos sistemas de informática.

Um diagnóstico emergencial ficará pronto em dez dias. A partir daí será feito um diagnóstico estruturante, que tem previsão de conclusão em dois meses. Seis hospitais já foram escolhidos pelas secretarias de Saúde e pelo ministério: Hospital Universitário de Canoas; Hospital de Pronto Socorro de Canoas; Hospital de Cardiologia de Porto Alegre; Hospital Presidente Vargas; Hospital Vila Nova e Hospital Restinga e Extremo Sul. O sétimo está em definição pelas secretarias de Saúde municipal de Porto Alegre e estadual do Rio Grande do Sul.

SUS incorpora remédio contra neuroblastoma

 O medicamento betadinutuximabe foi integrado ao rol do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do neuroblastoma de alto risco, tumor sólido extracraniano que é o terceiro tipo de câncer mais recorrente entre crianças, perdendo apenas para a leucemia e tumores cerebrais. O aumento do volume abdominal é um dos sintomas da doença. Por esse motivo, o tumor pode ser descoberto a partir de queixas da criança relacionadas a dores na barriga ou mesmo incômodo no tórax. Pesquisas mostram que o problema, normalmente, aparece até os 5 anos e pode acometer, inclusive, recém-nascidos.

 Na prática, a decisão significa que o remédio passará a integrar o rol de medicamentos custeados e distribuídos pelo SUS. A condição estabelecida para que a medicação seja administrada na rede pública é que o paciente tenha sido previamente tratado com quimioterapia e alcançado pelo menos uma resposta parcial, seguida de terapêutica mieloablativa e transplante de células tronco.

O pedido de incorporação do betadinutuximabe ao SUS foi submetido à Conitec em janeiro deste ano pelo próprio fabricante do Qarziba, o laboratório Recordati. À época, a farmacêutica defendeu que a medicação fosse indicada para pacientes a partir dos 12 meses de vida, que já tenham sido tratados com quimioterapia de indução e que tenham alcançado pelo menos uma resposta parcial, seguida de terapêutica mieloablativa e transplante de células tronco; e também para pacientes com história de recidiva ou neuroblastoma refratário, com ou sem doença residual.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso do betadinutuximabe em 2021. À época, o medicamento foi indicado pela autarquia para o tratamento de neuroblastoma de alto risco em pacientes a partir dos 12 meses. Como não havia passado pela aval da Conitec ainda, o tratamento com o remédio no país só era possível via rede privada e, conforme relatos de pacientes e familiares, mediante muita insistência junto a operadoras de planos de saúde e processos de judicialização.

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