Boletim de MR sobre medicina, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Cientistas descobrem bactéria de pele que causa eczema
Os pesquisadores da Harvard Medical School publicaram um estudo na revista Cell onde relatam a relação da bactéria Staphylococcus aureus – muitas vezes chamado de estafilococo – e a dermatite atópica, uma doença comum de coceira na pele que afeta até 20% das crianças e 10% dos adultos.
A equipe descobriu que camundongos com Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) aplicado à pele não eram apenas mais propensos a desenvolver dermatite, mas arranhavam muito mais, e também sentiriam coceira quando tocados com um pequeno filamento que normalmente não causaria a sensação.
SP tem quatro casos de dengue tipo 3
Quatro casos de dengue sorotipo 3 (DENV3) foram confirmados na cidade de Votuporanga, no interior paulista, informou a secretaria de Saúde do município. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em maio deste ano, já mostrava o ressurgimento desse sorotipo, que há mais de 15 anos não causa epidemias no país. De acordo com a fundação, a circulação acende o sinal de alerta quanto ao risco de uma nova epidemia da doença causada por esse sorotipo viral.
O primeiro caso em Votuporanga foi detectado em uma mulher, de 34 anos, que chamou a atenção por conta da intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dor e manchas vermelhas pelo corpo, além de sangramento nasal e pela urina. Nas ações de bloqueio, que envolvem identificar a circulação do sorotipo, a secretaria confirmou outros sete casos suspeitos. O resultado das amostras colhidas apontou que, dos sete, três eram do tipo 3 da dengue, sendo todas do sexo feminino, com 5, 31 e 46 anos.
Mortes maternas de negras são mais que o dobro que de brancas
Segundo a Pesquisa Nascer no Brasil II: Inquérito Nacional sobre Aborto, Parto e Nascimento, elaborada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz, dados de 2022 mostram que a mortalidade materna entre mulheres negras é mais que o dobro em comparação a de mulheres brancas. Foram 100,38 mortes de mães pretas para cada 100 mil nascidos vivos, contra 46,56 de mães brancas. No caso das pardas, a incidência é de 50,36. De acordo com o estudo, a diferença de mortalidade materna entre negras e brancas é uma realidade constante no país.
Em 2016, as mortes maternas de negras somavam 119,4 por 100 mil nascidos vivos, enquanto as de mulheres brancas eram 52,9. Durante a pandemia, em 2020 e 2021, as proporções aumentaram: 194,8 em mulheres negras e 121 para brancas em 2021. No ano anterior, 127,6 negras e 64,8 brancas.
O que MONEY REPORT publicou
Medicamento para unhas pode tratar doença que afeta ossos
Pesquisadores da Drugs for Negligected Diseases Initiative (DNDi) descobriram que o fosravuconazol, medicamento usado para tratar infecções nas unhas pode ser usado para tratar o micetoma, doença crônica causada por certas bactérias e fungos, e que afeta carnes e ossos.Ele pode ser tomado uma vez por semana durante um ano sem alimentos. Os estudos descobriram que ele é 85% eficaz e não tem efeitos colaterais. A doença afeta principalmente jovens em áreas rurais mais pobres. Muitas pessoas são infectadas por espinhos enquanto andam descalços.
Atualmente, o micetoma é tratado com o medicamento itraconazol, que precisa ser tomado com alimentos quatro vezes ao dia durante um ano e tem vários efeitos colaterais. Também é caro, custando cerca de US$ 2.000, cerca de R$ 10 mil, para tratar um paciente por um ano.
Incidência de doenças crônicas é 50% maior entre pretos que em brancos
O percentual de pessoas que convive com múltiplas doenças crônicas é 50% maior entre as pessoas pretas do que entre as brancas, mostra Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil). A pesquisa, que acompanha a saúde de 15 mil adultos e idosos, é conduzida desde 2008 por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade de São Paulo (USP) e das universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), do Espírito Santo (Ufes), da Bahia (UFBA) e do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo o estudo, para cada grupo de dez brancos, participantes do estudo, com seis ou mais doenças crônicas, havia 13 pessoas pardas e 15 pretas. A pesquisa mostra, no entanto, que são as mulheres as mais afetadas pela condição classificada como multimorbidade, com seis ou mais doenças crônicas. Nesse grupo, 9,7% das mulheres são pretas, enquanto 5,7% brancas. Entre os homens brancos, o índice ficou em 3,6% e em 2,3% para os homens pretos.
Em relação às doenças que afetam mais as pessoas pretas, está a diabetes mellitus, que, conforme o estudo, atinge 27,7% dessa população. Para as pessoas brancas, o percentual fica em 16,6% e para as pardas, 19,9%. Os números são relativos aos anos de 2008 e 2010. A hipertensão apresentou uma incidência de 48,3% entre as pessoas pretas, 37,1% entre as pardas e 31,1% entre as brancas.
OMS manifesta preocupação com infecções respiratórias na China
A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação com o aumento das infecções respiratórias e o aparecimento de surtos de pneumonia em crianças na China.
As autoridades do país disseram que não detectaram de patógenos incomuns ou novos e destacaram a necessidade de maior vigilância das doenças nas instalações de saúde e em ambientes comunitários, bem como de reforço na capacidade do sistema para atender pacientes.
Na ocasião, as autoridades atribuíram o aumento ao levantamento das restrições relativas à pandemia de covid-19 e à circulação de agentes patogênicos conhecidos, como o da gripe, o Mycoplasma pneumoniae (infecção bacteriana comum que normalmente afeta crianças mais novas), o vírus sincicial respiratório (RSV) e o SARS-CoV-2, que causa a covid.