Boletim de MR sobre medicina, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Comer muita proteína por dia pode prejudicar o coração
Inserir proteínas em todas as refeições é uma estratégia importante para aumentar a saciedade, auxiliando no processo de emagrecimento, e para favorecer o ganho de massa muscular. No entanto, consumir esse nutriente em excesso ao longo do dia pode trazer riscos à saúde cardiovascular. Descoberta é de estudo publicado na segunda-feira (19) na revista científica Nature Metabolism e desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, ter 22% das calorias ingeridas diariamente sendo compostas por proteínas pode aumentar o risco de aterosclerose ou, até mesmo, piorar a condição em quem já é diagnosticado.
Herpes pode dobrar o risco de demência
Um estudo recente, realizado por pesquisadores suecos, sugere que pessoas diagnosticadas com herpes podem ter o dobro de risco de desenvolver demência em comparação com quem não foi infectado pelo vírus. No entanto, apesar da descoberta reforçar estudos anteriores que mostram uma relação entre ambas condições de saúde, ainda não se sabe por que isso acontece. O herpes é uma infecção viral que causa bolhas na boca (herpes labial) ou na região genital (herpes genital). Essa é uma doença bastante comum – de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 70% da população mundial já entrou em contato com o vírus do herpes. A transmissão pode ocorrer através do contato com a saliva ou mucosa de uma pessoa contaminada pelo vírus.
Anvisa aprova novo tratamento para doença inflamatória intestinal crônica
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o upadacitinibe, novo tratamento para a retocolite ulcerativa, doença inflamatória intestinal crônica em adultos e que pode levar alguns pacientes à incapacidade. Nos ensaios clínicos, 26% e 33% dos pacientes tratados com a dose de 45 mg do remédio – vendido no Brasil pelo nome comercial de Rinvoq® – alcançaram a remissão clínica na 8ª semana, contra 5% e 4% dos que receberam placebo. Além disso, o medicamento também demonstrou capacidade de ajudar pacientes a ter uma remissão clínica durável e cicatrização da mucosa.
Países do G20 precisam se preparar para novas pandemias
O Brasil apresentou, na última quinta-feira (21), durante a primeira reunião técnica do Grupo de Trabalho (GT) sobre Saúde do G20, em 2024, prioridades referentes à área da saúde, sob a presidência brasileira rotativa do fórum internacional.
Entre os temas debatidos por videoconferência estão a prevenção, preparação e respostas a futuras pandemias; ações locais e produções regionais de medicamentos, vacinas e insumos estratégicos; equidade global em pesquisa e desenvolvimento, produção e distribuição de tecnologias de saúde; e adoção de ferramentas de saúde digital para integração e análise de dados dos sistemas nacionais de saúde dos países e para expansão da telessaúde, além de enfrentamento às mudanças climáticas que afetam desproporcionalmente a saúde de populações vulneráveis.
A reunião virtual contou com a participação de cerca de 180 pessoas, entre representantes de 21 países membros do G20, nove países observadores e de mais 30 organizações internacionais, de acordo com a coordenação do GT.
Anvisa suspende venda de gel que promete aumentar pênis
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária suspendeu a venda e fabricação de dois produtos íntimos. Um deles é o Razagan V1, um gel que promete aumentar o tamanho do pênis e o apetite sexual. Segundo a agência, ele tinha sido registrado indevidamente como cosmético. Também foi suspenso a venda do lubrificante G lube Fist para prática de sexo anal, por não estar regularizado e as empresas responsáveis não terem autorização para funcionamento.
O que MR publicou
- Governo do Rio decreta epidemia de dengue
- Brasil exporta mais de US$ 1 bi em dispositivos médicos
- Dengue no Rio tem seis vezes mais casos que o esperado
- Casos de covid-19 aumentam no Centro-Sul
Estudo usa zika vírus para atacar câncer
Uma startup criada dentro do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP anunciou que iniciará estudos clínicos do uso do zika vírus modificado em laboratório com pacientes com câncer.
Os pesquisadores identificaram que o vírus tem uma predileção por células-tronco neurais na fase fetal. Depois, eles perceberam que os tumores cerebrais tinha um perfil parecido ao dessas células. Decidiram, então, verificar se o zika poderia combater o câncer e, a partir daí, criaram um modelo sintético do microrganismo.
O estudo em humanos deve começar em junho e o alvo será o glioblastoma recorrente, doença maligna no sistema nervoso central e que é de difícil tratamento.
Estudo diz que covid longa pode ser provocada por vazamento da barreira hematoencefálica
Um estudo publicado da revista Nature Neuroscience sugere que a covid longa pode ser provocada por um vazamento da barreira hematoencefálica, responsável por controlar as substâncias que entram e saem do cérebro.
Os pesquisadores analisaram amostras do plasma de 76 pacientes que foram hospitalizados com Covid em março ou abril de 2020, bem como 25 pessoas antes da pandemia e descobriram que amostras dos 14 pacientes que relataram ter covid longa continham níveis mais altos de uma proteína chamada S100β do que as de pessoas que não tiveram Covid. Esta proteína é produzida por células dentro do cérebro e normalmente não é encontrada no sangue, sugerindo que esses pacientes tiveram uma quebra da barreira hematoencefálica.
Fiocruz alerta para aumento da taxa de suicídio entre jovens
A taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% por ano no Brasil entre 2011 a 2022, enquanto as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos de idade evoluíram 29% ao ano no mesmo período. Os números apurados superam os registrados na população em geral, cuja taxa de suicídio apresentou crescimento médio de 3,7% ao ano e de autolesão de 21% ao ano, no período analisado.
Os resultados foram apurados na análise de quase 1 milhão de dados pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard, e constam de estudo recém-publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas.
Algoritmo pode ajudar a otimizar internação de pacientes
O corre-corre diário de um hospital, com pacientes chegando e saindo, acaba repercutindo no sistema de alocação de quartos e leitos, gerando um problema na logística de internação. Pensando em uma solução, os professores Simone de Lima Martins e Fábio Protti, do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF), decidiram, com seus alunos de mestrado, desenvolver um algoritmo que otimize essa movimentação.
Depois de levantar os gargalos do processo manual feito pela central de regulação de internações, os pesquisadores criaram um modelo baseado em algoritmo que automatiza a distribuição de quartos leitos em hospitais, inclusive no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando-o rápido e eficiente.
O algoritmo desenvolvido pelos pesquisadores observa o perfil dos pacientes e as características dos leitos e quartos disponíveis para encontrar a acomodação mais adequada. Cada quarto tem a sua característica, incluindo número de leitos, política de gênero, facilidades que oferece, especialidade médica à qual está associado. Do lado dos pacientes, observa-se que cada um tem necessidades específicas, demandas e características pessoais.