Boletim de MR sobre medicina, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Alzheimer é um tipo de diabetes?
O Alzheimer, uma doença com impacto devastador na memória, pode estar mais intimamente ligado ao diabetes do que inicialmente pensado. Pesquisas recentes sugerem que a relação entre essas duas condições pode envolver não apenas a acumulação de placas beta-amilóides e emaranhados de proteína tau, como tradicionalmente considerado, mas também a interação das células cerebrais com a insulina, um hormônio associado ao diabetes mellitus. A resistência à insulina, característica do diabetes tipo 2, pode levar ao acúmulo de açúcar no sangue, formação de placas beta-amilóides e, eventualmente, neurodegeneração semelhante à do Alzheimer. Além disso, a inflamação crônica resultante da resistência à insulina pode desencadear alterações metabólicas associadas a diversas doenças, incluindo obesidade, diabetes e Alzheimer.
Remédio mais que dobra as chances de fumantes largarem o cigarro
Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Argentina mostrou que um medicamento de baixo custo de produção pode mais que dobrar as chances de fumantes largarem o cigarro e representar a 1º nova terapia para o tabagismo de muitos países em quase duas décadas. O trabalho, publicado no último dia 31 na revista científica Addiction, reforçou ainda que a citisiniclina, também conhecida como cistina, é segura e bem tolerada.
Estudo italiano mira combater Alzheimer com IA
Uma pesquisa da Universidade de Perúgia mira usar a inteligência artificial para combater o Alzheimer, construindo um modelo da doença que possa ajudar os médicos a identificar precocemente os sintomas e prever a evolução. Financiado com 70 mil euros da Fundação Perúgia, o projeto é coordenado pelo professor Luca Gammaitoni, físico experimental da Universidade. O projeto tem como objetivo melhorar a capacidade do sistema sanitário de identificar os primeiros sintomas da doença e guiar os médicos em acompanhar o desenvolvimento para melhorar as condições dos pacientes, explicou à ANSA.
Vacina contra dengue no SUS em fevereiro
A população brasileira poderá receber a vacina contra dengue pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro. Segundo a pasta, a vacina não será disponibilizada em larga escala em um primeiro momento. Isso porque o laboratório Takeda, fabricante da vacina, informou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses, A expectativa do Ministério da Saúde é disponibilizar 460 mil doses em fevereiro. Nos primeiros meses, a vacinação será focada em público e regiões prioritárias.
Terapia gênica contra anemia falciforme no SUS
A primeira terapia de edição de DNA para tratar uma doença genética, a anemia falciforme, foi aprovada em dezembro nos EUA, e está disponível ali para quem puder pagar até US$ 3 milhões pelo procedimento. Enquanto americanos discutem agora o problema do acesso ao procedimento, o Brasil, onde cerca de 80 mil pessoas têm esse mal hereditário, tenta criar tecnologia própria para colocar o tratamento de ponta no SUS, destacou reportagem do jornal O Globo. Um dos grupos trabalhando nisso faz parte do Proadi, um programa de parceria entre o Ministério da Saúde e hospitais particulares de referência, que busca fortalecer a rede pública por meio de diferentes iniciativas, entre elas a pesquisa.
USP sediará a Rede Nacional de Pesquisa sobre Síndrome de Down
A USP vai sediar a Rede Nacional de Pesquisa sobre Síndrome de Down, liderada pelo professor Orestes Forlenza do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina (FM). A iniciativa, denominada Rede Buriti – SD, congregará especialistas, profissionais da saúde e organizações da sociedade civil. Seu objetivo é impulsionar descobertas científicas e práticas que promovam a qualidade de vida e a inclusão social de pessoas com síndrome de Down. Com o respaldo financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto Alana, a Rede receberá investimentos totalizando R$ 14 milhões.
Bio-Manguinhos será laboratório de prontidão para emergências globais
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz, Bio-Manguinhos, vai se tornar um laboratório de prontidão para produção de vacinas em situações de emergência sanitária. A partir da associação a uma rede formada pela Organização das Nações Unidas (ONU), o laboratório brasileiro será acionado para fornecer vacinas para outros países, especialmente na América Latina, em caso de epidemia ou pandemia. Os termos de cooperação devem ser assinados em breve, de acordo com o diretor de Bio Manguinhos Maurício Zuma.
País ainda enfrenta desconfiança em relação à vacinação
A desconfiança de parte da população em relação à imunização, fomentada por campanhas de desinformação e movimentos antivacina, continua sendo um desafio para o Brasil. De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o fenômeno da “hesitação vacinal”, por parte de uma parcela dos brasileiros, começou a ganhar força por volta do ano de 2016. Aliada a restrições orçamentárias na área da saúde e à pouca disposição do governo anterior em estimular a imunização da população, a desconfiança provocou a queda da cobertura de vacinação no país, nos últimos anos, avaliou.