Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Pedale contra o Parkinson
Pedalar pode ser benéfico no tratamento de Parkinson. É o que revela um estudo feito nas universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Paraná (UFPR), em parceria com instituições inglesas, que mapeou a atividade cerebral de 24 adultos saudáveis em uma bicicleta ergométrica. Os resultados mostram que o estímulo sensorial ao pedalar, em especial de olhos fechados, provoca maior organização da atividade neuronal, capacidade habitualmente reduzida por doenças neurodegenerativas. “O que se tem demonstrado em experimentos é que os efeitos de pedalar são similares à medicação de pacientes com Parkinson”, explica o neurocientista John Fontenele Araújo, da UFRN. Com o avanço das pesquisas, talvez seja possível conjugar medicamento e ciclismo, com o benefício adicional de diminuir o sedentarismo.
Terapia genética pode curar casos de lúpus
Médicos estão aclamando um novo tratamento para o lúpus. O método modifica geneticamente as células do paciente para combater a doença autoimune e pode acabar com a necessidade de medicação para o resto da vida. O lúpus pode variar de leve a grave, com sintomas que incluem dor nas articulações, problemas de pele, fadiga e inflamação dos principais órgãos. No Reino Unido, três pacientes receberam terapia com células T CAR para a forma mais grave de lúpus, que pode ser fatal e causar danos ao coração, pulmões, cérebro e rins. Na Alemanha , os pacientes que receberam o novo tratamento estão agora em remissão e não precisam tomar medicamentos para lúpus. Até agora, a terapia com células T CAR tem sido usada principalmente em pacientes com câncer, mas os pesquisadores acreditam que ela pode tratar uma série de outras doenças. Ele modifica geneticamente as células para permitir que o sistema imunológico do corpo reconheça e ataque as células problemáticas, oferecendo às pessoas uma possível cura.
Brasileiros testam vacina para câncer de próstata nos EUA
Uma vacina terapêutica para combater o câncer de próstata avançou com a aprovação da agência americana FDA. Esta é a primeira vez que uma tecnologia desenvolvida no Brasil chegou a este estágio de aprovação nos Estados Unidos. A nova imunoterapia tem o potencial de economizar bilhões de dólares para os sistemas de saúde, reduzindo a recorrência da doença de 36,8% para 11,8%. Com investimentos privados e públicos na ordem de R$ 70 milhões ao longo de 25 anos, a tecnologia promete transformar o Brasil em um polo de inovação científica e médica no combate ao câncer. Em 2025, a equipe brasileira iniciará estudos envolvendo diferentes tipos de câncer, incluindo tumores gastrointestinais, como câncer gástrico, de pâncreas e vias biliares e intestino, além do câncer de pulmão.
O que MR publicou
- Fleury lucra R$ 190,7 milhões no 3° tri
- Saúde mental afeta Geração Z no mercado de trabalho
- Consumo de álcool causa 12 mortes por hora
- Pague Menos ganha R$ 54 mi no trimestre
Para gestores de RH, é preciso educar colaboradores
Uma pesquisa realizada com líderes de recursos humanos mostrou que, para a maioria deles (63%), é preciso criar campanhas de conscientização sobre a necessidade de cuidados com a saúde dentro das empresas. O levantamento, realizado pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), ouviu mais de 500 líderes de RH e mostrou que 40% deles afirmam que há dificuldade para se criar uma Gestão Integrada em Saúde nas empresas, ou seja, uma gestão que una a saúde ocupacional com a saúde assistencial. “Nossa pesquisa mostrou existe que há uma clara dificuldade em convencer o Alto Escalão de que a saúde ocupacional e a saúde assistencial precisam andar juntas. Não só para a diminuição da sinistralidade, mas também para a melhora da qualidade de vida dos colaboradores como um todo”, afirma José Antônio Coelho Júnior, Diretor Financeiro e presidente da ABQV.
Rival do Ozempic pode ter causado morte
A morte de uma enfermeira de North Lanarkshire, na Escócia, foi associada ao uso de um medicamento para perda de peso recentemente aprovado para uso no NHS, o sistema público de saúde britânico. A tirzepatida, vendida como Mounjaro, também foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não foi lançada pelo fabricante no Brasil. Susan McGowan, de 58 anos, tomou duas injeções de baixa dosagem de tirzepatida ao longo de cerca de duas semanas antes de sua morte em 4 de setembro. Seu atestado de óbito lista falência múltipla de órgãos, choque séptico e pancreatite como a causa imediata da morte — mas “o uso da tirzepatida receitada” também aparece como um fator que contribuiu para o desfecho.
Aumentam as infecções graves por rinovírus em crianças
A sinalização do aumento dos casos considerados mais críticos envolvendo infecções por rinovírus entre crianças e adolescentes na Bahia, no Ceará, no Rio de Janeiro e no Maranhão é um dos principais destaques do boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A SRAG é uma complicação respiratória associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar dificuldade respiratória e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas. Esse quadro pode eventualmente ser desencadeado pelo rinovírus, um agente viral altamente contagioso que causa boa parte dos resfriados comuns. Na maioria das vezes, o indivíduo infectado desenvolve sintomas leves, podendo apresentar coriza, dor de garganta, tosse, espirros e congestão nasal. No entanto, alguns casos podem evoluir para a SRAG, sendo que as crianças pequenas estão entre os grupos mais suscetíveis.