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Nova emoção; alívio à esquizofrenia; anticorpos contra psoríase

Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas


Surge novo tratamento para esquizofrenia

O FDA aprovou o Cobenfy, um novo antipsicótico que representa o primeiro avanço no tratamento da esquizofrenia em décadas. Desenvolvido pela Bristol Myers Squibb, traz uma abordagem inédita ao agir indiretamente sobre a dopamina via acetilcolina, reduzindo efeitos colaterais comuns, como ganho de peso, observados em antipsicóticos tradicionais. Com dados clínicos preliminares e estudos de cinco semanas, os resultados iniciais indicam menos problemas metabólicos e de movimento, apesar de alguns efeitos gastrointestinais, como náusea. Com custo elevado e expectativas de receita bilionária, o medicamento levanta esperanças e questionamentos sobre eficácia a longo prazo e acessibilidade, e também está em teste para outras condições neurológicas e psiquiátricas, como Alzheimer e autismo.

Conheça kama muta, a poderosa emoção desconhecida

Ser acometido de arrepios, lágrimas e uma sensação de solidariedade pode ser uma manifestação de kama muta, uma reação provocada pela emoção pouco conhecida kama muta. Estudada pelo antropólogo Alan Fiske, esse novo sentimento se manifesta em momentos de intensificação de conexões, como reencontros ou ajuda mútua, e motivando o ser humano a agir com compaixão. Episódios simples e cotidianos, como um gesto de atenção de um vizinho, podem despertar kama muta, fortalecendo laços sociais. Estudos mostram que a reação emotiva vem com o aumento da empatia e até a melhora nas relações políticas. A emoção oculta é também explorada em publicidade e viraliza em vídeos motivacionais. Fiske descreve kama muta como um elo emocional profundo e universal que nos faz sentir amados e amorosos.

(Fonte: The Guardian)

DNA para detecção de HPV tem resultado promissor

Um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Indaiatuba (SP), traz resultados promissores sobre testes de DNA para detecção do vírus HPV no rastreamento de câncer de colo de útero. O possível substituto do exame papanicolau detecta lesões pré-cancerosas com até quatro vezes mais precisão, identificando 83% dos casos em estágio inicial. Entre 2017 e 2022, o programa rastreou 20.551 mulheres e registrou uma cobertura de 58,7%, chegando a 77,8% fora do pico da pandemia. O teste de DNA-HPV garante segurança de até cinco anos, apresentou alta conformidade e tem um custo mais baixo. Com um modelo semelhante ao testado em Indaiatuba, o Ministério da Saúde planeja a adoção nacional do teste, considerado mais preciso e eficiente.


Anticorpos contra a psoríase

Os emprego de medicamentos baseados em anticorpos monoclonais biológicos inibem a sinalização hiperativa de citocinas, reduzindo o impulso do corpo humano às doenças inflamatórias crônicas. Essa constatação surge em pesquisas com inibidores de IL-23, que ganham importância no tratamento de doenças psoriáticas de pele e articulações – e males inflamatórias intestinais. Essa classe de medicamentos mostra alta eficácia e resposta durável, estendendo intervalos de dosagem para até 3 meses. Ensaios clínicos agrupados indicam melhora em mais de 70% dos pacientes com psoríase e até 50% dos com doença inflamatória intestinal. Inibidores da proteína p19 da IL-23A têm maior eficácia em pacientes bio-ingênuos e bioexpostos, superando inibidores de TNF-α na psoríase. Dados de segurança de longo prazo mostram taxas de eventos adversos graves semelhantes ao placebo em todas as indicações aprovadas. A pesquisas avançam.

O que MR publicou

Açúcar na gestação enfraquece saúde de bebês

Estudo da University of Southern California, publicado na Science, indica que reduzir o consumo de açúcar nos primeiros mil dias de vida — desde a concepção até os 2 anos de idade — pode diminuir significativamente os riscos de obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão na vida adulta. A pesquisa utilizou um “experimento natural” no Reino Unido, observando diferenças de saúde entre crianças nascidas durante o racionamento de açúcar, que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, e aquelas nascidas após seu fim, a partir de 1953. Os resultados mostraram que uma menor exposição precoce ao açúcar levou a uma redução de até 35% no risco de diabetes e 20% na hipertensão.


Brasil quer criar coalizão para produção regional de vacinas

Na reunião do G20, no Rio de Janeiro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, propôs a criação de uma coalizão para produzir vacinas e medicamentos regionalmente para reduzir a dependência externa e ampliar o acesso em regiões desfavorecidas. Segundo a ministra, essa medida inédita reduziria as desigualdades expostas durante a pandemia de covid-19, quando muitos países enfrentaram dificuldades para obter vacinas.

Exercícios leves são tão bons quanto os intensos

Um estudo recente sugere que concentrar a atividade física nos fins de semana traz benefícios cognitivos semelhantes aos dos treinos frequentes. A pesquisa, realizada com mais de 10 mil pessoas, comparou “guerreiros de fim de semana” – que se exercitam uma ou duas vezes por semana – com quem pratica exercícios regularmente, revelando que ambos têm menor risco de desenvolver demência leve em comparação com indivíduos inativos. A análise, publicada no British Journal of Sports Medicine, mostrou que a prática semanal reduz o risco de demência leve em 25% nos “guerreiros de fim de semana” e em 11% entre os que se exercitam regularmente. O estudo reforça que a frequência pode ser menos importante que o volume total de atividade física.


São Paulo emite alerta para sarampo

A Secretaria de Saúde de São Paulo emitiu um alerta para reforçar a vacinação contra o sarampo após a confirmação de dois casos importados na capital. Ambos os residentes infectados viajaram recentemente à Europa. Detectados na zona sul de São Paulo, os casos acendem o alerta para a possibilidade de transmissão local, especialmente em áreas com baixa imunização. A doença, altamente contagiosa, pode ser prevenida pela vacina tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola e é recomendada para pessoas de 12 meses a 59 anos. A Secretaria reforça a importância de que todos mantenham o esquema vacinal atualizado. O problema seria menor, porém o índice de vacinação no Brasil caiu para 80%, considerado preocupante pelas autoridades de saúde.

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