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Os avanços de 2024; Viagra suave; Sintomas da covid persistem

Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas

Os maiores avanços médicos do ano

O The New England Journal of Medicine, um dos periódicos médicos mais prestigiados do mundo, destacou os 14 avanços médicos mais notáveis de 2024, abrangendo inovações que transformam a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças. Entre os destaques estão a vacina brasileira contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, novas aplicações para medicamentos como tirzepatida e semaglutida, terapias genéticas para doenças raras, e abordagens inovadoras contra o câncer, insuficiência cardíaca e HIV.

Vem aí o azulzinho light

A empresa americana Viatris desenvolveu uma versão inovadora do Viagra, chamada Viagra ODF, que consiste em um filme fino que dissolve na boca sem a necessidade de água, oferecendo uma alternativa mais discreta e conveniente ao famoso comprimido azul. Após seu lançamento no Canadá, o produto foi apresentado em doses de 50 mg em embalagens de alumínio, com custo similar ao Viagra tradicional, e agora a empresa busca registrar a marca no Reino Unido, com previsão de disponibilização nos próximos cinco anos.

 19% dos infectados com covid têm sintomas persistentes

O estudo Epicovid 2.0 do Ministério da Saúde revelou que 18,9% dos infectados pela Covid-19 apresentam sintomas persistentes, como cansaço, perda de memória e dores articulares, com maior incidência entre mulheres e indígenas. Além disso, cerca de 28% da população brasileira, ou 60 milhões de pessoas, afirmaram já ter contraído a doença. A pesquisa mostrou que 90,2% dos entrevistados tomaram ao menos uma dose da vacina e 84,6% completaram o esquema vacinal, com maior adesão entre idosos e pessoas de maior renda. No entanto, 27,3% demonstraram desconfiança e 15,1% indiferença. Entre os não vacinados, 32,4% não acreditavam na vacina e 31% temiam efeitos adversos.

O que MR publicou


Letalidade do tétano atinge 30%

O tétano, doença grave causada pela bactéria Clostridium tetani, é não contagiosa, mas representa um sério problema de saúde pública, especialmente em regiões com condições socioeconômicas precárias. A bactéria, presente em solo, objetos enferrujados e fezes de animais, entra no organismo por feridas contaminadas, afetando o sistema nervoso e causando contrações musculares severas, que podem ser fatais. A prevenção inclui a vacinação, disponível gratuitamente no SUS, e o uso de equipamentos de proteção individual, como botas e luvas, para evitar acidentes. A vacinação segue o Calendário Nacional, com doses específicas para crianças, adultos e gestantes. Crianças menores de 7 anos recebem a vacina penta e reforços, enquanto adultos precisam de doses de reforço a cada 10 anos, ou a cada 5 anos em casos de ferimentos graves. Gestantes devem tomar a vacina dTpa a partir da 20ª semana para prevenir o tétano neonatal. Antes de viagens a locais onde a vacinação é limitada, é essencial atualizar o esquema vacinal.


Rússia anuncia vacina contra o câncer para 2025

O governo russo anunciou o desenvolvimento de uma vacina contra o câncer, com distribuição gratuita prevista para 2025. Criada em colaboração com centros de pesquisa, os testes pré-clínicos mostraram que a vacina suprime tumores e metástases. O Centro Nacional de Pesquisa Médica do Ministério da Saúde russo trabalha em duas linhas de imunizantes: uma personalizada, baseada em tecnologia mRNA, que analisa geneticamente o tumor do paciente para ensinar o sistema imunológico a reconhecer células cancerígenas, e a Enteromix, composta por quatro vírus não-patogênicos capazes de destruir células malignas e ativar a imunidade contra tumores.


Butantan pede registro de vacina contra dengue

O Instituto Butantan entregou à Anvisa os últimos documentos para a aprovação da Butantan-DV, a primeira vacina contra a dengue em dose única. Com eficácia geral de 79,6% contra casos sintomáticos e 89% contra formas graves, os ensaios clínicos, publicados em revistas como New England Journal of Medicine e The Lancet Infectious Diseases, confirmaram sua segurança e eficácia por até cinco anos. Caso aprovada, o Butantan prevê a entrega de 1 milhão de doses em 2025 e 100 milhões até 2027. A fábrica da vacina já foi inspecionada e aprovada pela Anvisa, e a Conitec avaliará sua incorporação ao SUS após definição de preço pela Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos.


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