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Pedale a mente; fogachos de menos; HIV com preventivo a preço baixo

Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas

Ciclismo organiza cérebro e beneficia pacientes com Parkinson

Estudo liderado pelas universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Paraná (UFPR) revelou que a prática de ciclismo reduz a ativação cerebral, organizando a atividade neural, especialmente quando realizada de olhos fechados. Ao comparar a atividade elétrica cerebral de 24 adultos saudáveis em repouso e durante o ciclismo, os pesquisadores constataram que o cérebro opera de forma mais eficiente durante a pedalada, utilizando menos circuitos neurais. Os resultados indicam que essa prática pode beneficiar pacientes com doenças neurodegenerativas como Mal de Parkinson, aliviando sintomas motores, como tremores e movimentos lentos. O estudo também sugere que atividades repetitivas, como meditação, podem ter efeitos similares na organização da atividade cerebral. Novos estudos focarão em como diferentes condições de pedalada podem afetar o cérebro, visando tratamentos mais eficazes para pessoas com Parkinson.

Dormir pouco ou muito? Ambos são prejudiciais à saúde

Uma pesquisa brasileira envolvendo mais de 7 mil pessoas revelou que tanto dormir pouco quanto demais é prejudicial à saúde cognitiva, impactando negativamente na memória e fluência verbal. O estudo foi realizado com adultos e idosos e constatou que durações de sono inferiores ou superiores a cerca de sete horas estão associadas a um desempenho cognitivo pior, com insônia tendo efeitos ainda mais prejudiciais, especialmente na função executiva. A pesquisa destaca a importância de fatores como a duração e qualidade do sono no contexto do envelhecimento, onde cerca de 76% da população brasileira acima de 16 anos relata problemas na hora de dormir. A análise sugere que intervenções focadas no sono podem ser essenciais para retardar o declínio cognitivo e promover um envelhecimento saudável.


Novo tratamento diminui calores da menopausa

Um novo medicamento chamado elinzanetant, da Bayer, pode se tornar uma alternativa eficaz aos tratamentos hormonais tradicionais contra os efeitos da menopausa, que geralmente envolvem reposição de estrogênio e pode causar efeitos colaterais. Nos ensaios clínicos, o elinzanetant melhorou a qualidade de vida de 70% das participantes, aliviando significativamente as ondas de calor (fogachos), melhorando o sono e o humor em mulheres entre 40 e 65 anos. Após 12 semanas de uso (um comprimido diário), as participantes relataram uma redução de pelo menos 50% nas ondas de calor. Os únicos efeitos colaterais foram algumas dores de cabeça e fadiga leve. Os pesquisadores planejam expandir os testes, incluindo mulheres em tratamento contra o câncer.

Remédio preventivo contra HIV a baixo custo em 120 países

Versões mais baratas do antirretroviral lenacapavir para prevenção do HIV serão oferecidas a baixo custo em 120 países de baixa e média renda, anunciou o fabricante Gilead Sciences, que o vende sob a marca Sunlenca. A boa notícia não agradou a todos os interessados. Ativistas afirmam que o acordo para fabricar versões genéricas do lenacapavir desconsidera países com alta carga de HIV, particularmente na América Latina. Eles pedem transparência sobre a política de preços, já que boa parte das vendas será para sistemas públicos de saúde.

Administrado como uma injeção subcutânea semestral, o lenacapavir apresentou resultados positivos na prevenção do vírus HIV, interrompendo a infecção em um teste envolvendo meninas e mulheres na África do Sul e Uganda. Em segundo teste, o antirretroviral ofereceu proteção quase completa para homens na Argentina, Brasil, México, Peru, África do Sul, Tailândia e EUA. Os antirretrovirais (ARV) são medicamentos que impedem a multiplicação do HIV no organismo, ajudando a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico.

Aprovado como tratamento para HIV, o custo de uma cartela de 4 comprimidos de Sunlenca 300 mg é de cerca de US$ 3.432 (R$ 18.729,07). Pesquisadores dizem que o produto poderia ser produzido de forma lucrativa por apenas US$ 40 (R$ 286,34) por paciente, por ano. Os fabricantes de genéricos são Dr Reddy’s Laboratories, Emcure Pharmaceuticals e Hetero Labs, da Índia, Viatris, nos EUA, Eva Pharma, no Egito, e Ferozsons, no Paquistão.

O que MR publicou

Saúde lança guia para vítimas de extremos climáticos

O Ministério da Saúde lançou um guia de bolso sobre mudanças climáticas e os efeitos na saúde humana, voltado para profissionais, como médicos, enfermeiros e agentes comunitários. O material foi montado a partir de uma publicação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com linguagem e necessidades adaptadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Com mais de 130 páginas, o guia traz informativos sobre alterações em tratamentos cardiovasculares, respiratórios, renais, oftalmológicos, cutâneos, gastrointestinais e neurológicos, além de recomendações sobre o impacto de efeitos climáticos na saúde mental e materno-infantil.

O material também aborda zoonoses (doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas) e doenças de transmissão vetorial, como dengue, malária, doença de Chagas, leishmaniose, febre amarela, febre do Oroupouche, mayaro, filarioses e febre do Oeste do Nilo.

O guia


Brasil elimina elefantíase como problema de saúde pública

A filariose linfática, conhecida como elefantíase, foi eliminada do território brasileiro como problema de saúde pública. Considerada uma das maiores causas globais de incapacidade permanente ou de longo prazo, a doença permanecia endêmica apenas na região metropolitana do Recife, incluindo Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. O último caso confirmado, segundo o Ministério da Saúde, foi registrado em 2017.

Causada pelo verme nematoide Wuchereria bancrofti, a filariose linfática é transmitida pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus, também conhecido no Brasil como pernilongo ou muriçoca, infectado com larvas do parasita. Entre as manifestações clínicas mais importantes estão edemas ou acúmulo anormal de líquido nos membros, nos seios e na bolsa escrotal, que podem levar o paciente à incapacidade.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil agora se une a outros 19 países e territórios que também foram certificados pela eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública. São eles: Malawi, Togo, Egito, Iêmen, Bangladesh, Maldivas, Sri Lanka, Tailândia, Camboja, Ilhas Cook, Quiribati, Laos, Ilhas Marshall, Niue, Palau, Tonga, Vanuatu, Vietnã e Wallis e Futuna. Nas Américas, três países permanecem classificados pela entidade como endêmicos para a filariose linfática: República Dominicana, Guiana e Haiti.

Teste rápido na detecção da febre bubônica é avaliado

Um novo teste rápido para diagnóstico da peste bubônica é desenvolvido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco (Fiocruz), em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais.

Os cientistas estiveram no município de Virgem da Lapa, no leste mineiro, entre 6 e 16 de setembro, para detectar a doença em mais de 100 roedores e cães utilizando uma nova tecnologia capaz de entregar resultados em apenas 15 minutos. É um avanço significativo em comparação com os métodos tradicionais, que podem levar dias para apresentar resultados e custam cerca de R$ 200. O novo teste custa menos de R$ 6. O teste rápido é feito com a coleta de algumas gotas de sangue do animal.

O próximo passo será a aprovação do teste pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Embora rara no Brasil, a peste bubônica ainda é uma preocupação de saúde pública. A doença, causada pela bactéria Yersinia pestis e transmitida por pulgas que parasitam roedores, pode ser fatal tanto para humanos quanto para animais se não tratada rapidamente. 

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