O boletim de MONEY REPORT sobre medicina, inovação, negócios e políticas públicas
Butantan e Hemocentro estudam terapia celular
O desenvolvimento do tratamento com células CAR-T pelos Instituto Butantan e Hemocentro de Ribeirão Preto, ambos em São Paulo, são acompanhados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As células T do paciente (um tipo de célula do sistema imunológico) são alteradas em laboratório para reconhecer e atacar as células cancerígenas ou tumorais. O termo CAR refere-se a um receptor de antígeno quimérico (chimeric antigen receptor, em inglês). De acordo com a Anvisa, os protocolos pré-clínicos e clínicos do produto com células CAR-T estão em aprimoramento e são de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS). No momento, o procedimento ainda não se qualifica como estudo clínico.
Fumantes usam 8% da renda para compra de cigarros
Os brasileiros que fumam destinam cerca de 8% da renda familiar per capita mensal para a compra de cigarros industrializados. O gasto mensal chega a quase 10% da renda entre os fumantes na faixa etária de 15 a 24 anos, atingindo 11% entre aqueles com ensino fundamental incompleto. Os dados constam de pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que será apresentada na quarta-feira (31), na sede da instituição, no Rio de Janeiro, durante o lançamento da campanha “Precisamos de comida, não tabaco”, da Organização Mundial da Saúde (OMS). A sondagem teve por base dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.
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Paciente com câncer há 13 anos tem remissão completa após terapia no SUS
Um protocolo da Universidade de São Paulo (USP) adotado no Sistema Único de Saúde (SUS) curou totalmente um paciente que sofria de câncer com metástases. Elaborada em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto, a técnica é considerada revolucionária. Até agora, 14 pacientes foram tratados com o CAR-T Cell com verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Todos os pacientes tratados tiveram remissão de ao menos 60% dos tumores. O paciente que teve remissão completa do câncer é Paulo Peregrino, de 61 anos, que estava prestes a receber cuidados paliativos. Ele foi submetido ao tratamento em abril e, em apenas um mês, teve remissão completa de um linfoma. A partir do segundo semestre, 75 pacientes devem ser tratados com o CAR-T Cell com verba pública. Por enquanto, o tratamento só está disponível na rede privada brasileira, ao custo de ao menos R$ 2 milhões por pessoa.