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Terapia genética; gripe aviária; coqueluche

Boletim de MR sobre medicina, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas

Terapia genética pode recuperar bebês da surdez

Médicos da Universidade Fudan, em Xangai, na China, resgataram a audição de cinco crianças, com idades entre um e 11 anos, através de uma terapia genética.

A terapia usa um vírus inativo para levar cópias funcionais do gene afetado, Otof, para o ouvido interno. Uma vez lá dentro, as células do ouvido usam o novo material genético como modelo para produzir cópias funcionais da proteína, a otoferlina, que garante a audição.

Vacina mRNA contra melanoma da Moderna é promissora

A fabricante de vacinas Moderna revelou que a mesma tecnologia de mRNA utilizada contra a covid-19, também se mostrou eficaz no combate ao melanoma.

A empresa apresentou os últimos resultados do seu ensaio envolvendo 157 pessoas com a doença. No estudo, a empresa combinou o tratamento contra o câncer e o anticorpo pembrolizumab.

Após cerca de três anos, aqueles que receberam os dois tratamentos tiveram um risco 49% menor de recorrência ou morte de câncer e um risco 62% menor de propagação da doença, em comparação com as pessoas que receberam apenas pembrolizumab.

Aroma de café alivia vontade de fumar

Os pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) descobriram, em 2014, que a fragrância do café ativa uma região específica no cérebro, que faz parte do sistema de recompensas, em especial o núcleo acumbens, estrutura cerebral que é ativada também com substâncias psicoativas, como a cocaína. 

Como o café ativou de forma intensa essa região do cérebro, os pesquisadores decidiram utilizar o aroma do café para substituir a vontade de fumar dos participantes de um segundo ensaio clínico pequeno, feito com 16 fumantes, em 2016. Esse ensaio serviu de base para o estudo mais amplo, realizado em 2022, com 60 fumantes, cujos resultados foram divulgados agora.

Anvisa apertará vigilância sobre medicamentos controlados

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária implementou em junho duas novas medidas para monitorar o uso de remédios controlados e antibióticos pelas farmácias.

Os testes devem durar dois meses e serão feitos apenas em São Paulo e Distrito Federal. Neste primeiro momento, a adesão é opcional. A Anvisa recebia estas informações desde 2014, mas há três anos houve uma suspensão temporária por conta de “instabilidade.”

O que MR publicou

Faltam remédios para DSTs

Uma parceira entre o Ministério da Saúde e hospitais filantrópicos mapeou falta de medicamentos para prevenir e reduzir riscos de infecções sexualmente transmissíveis (IST) em 78% dos Centro de Testagem e Aconselhamento (CTAs) do país que participaram de um censo de diagnóstico situacional.

A pesquisa identificou que 78% dos CTAs não tinham medicamentos para reduzir o risco de infecção pós-exposição à hepatite B. Mais da metade (56%) estava sem remédio para tratar casos de verruga anogenital sugestiva de HPV; em 51% não havia substância para profilaxia de transmissão vertical (da gestante para o bebê) para hepatite B. Além disso, 47% estavam desabastecidos de medicamentos para tratar a doença inflamatória pélvica (DIP).

Primeira morte pela gripe aviária H5N2 é confirmada

A Organização Mundial da Saúde confirmou a primeira morte pela variante H5N2 da gripe aviária. O paciente, de 59 anos, vivia no México. Este foi o primeiro caso de infecção em humano confirmado em laboratório em todo o mundo. A morte foi reportada por autoridades sanitárias mexicanas no dia 23 de maio.

Em nota, a OMS destacou que o paciente, morador da Cidade do México, não tinha histórico de exposição a aves ou outros animais. A variante H5N2 já havia sido identificada em aves do país.

Brasil perto de ficar livre do sarampo – novamente

O Ministério da Saúde informou que o Brasil completou dois anos sem casos autóctones, ou seja, com transmissão em território nacional, do sarampo. Com isso, o país poderá retomar a certificação de ‘livre de sarampo’.

A certificação de país livre do sarampo foi conquistada pelo Brasil em 2016. O intenso fluxo migratório de países vizinhos, a partir de 2018, especialmente da Venezuela, associado às baixas coberturas vacinais, reintroduziu o vírus em território nacional.

Segundo Ministério da Saúde, desde 2019, no entanto, o número de casos de sarampo está em queda. Caiu de 20.901 registros, naquele ano, para 41 casos, em 2022. O último caso foi confirmado em 5 junho de 2022, no Amapá.

Coqueluche em alta

Em meio a surtos de coqueluche em países da Ásia e da Europa, o Ministério da Saúde publicou nota técnica em que recomenda ampliar, em caráter excepcional, e intensificar a vacinação contra a doença no Brasil. A pasta pede ainda que estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica para casos de coqueluche.

O documento amplia a indicação de uso da vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto), que combate difteria, tétano e coqueluche, para trabalhadores da saúde que atuam em serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com atendimento em ginecologia e obstetrícia; parto e pós-parto imediato, incluindo casas de parto; unidade de terapia intensiva (UTI) e unidade de cuidados intensivos (UCI) neonatal convencional; berçários (baixo, médio e alto risco); e pediatria.

Ainda de acordo com a nota, profissionais que atuam como doula, acompanhando gestantes durante os períodos de gravidez, parto e pós-parto; além de trabalhadores que atuam em berçários e creches onde há atendimento de crianças com até 4 anos, também devem ser imunizados.

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