A previsão é que o dispositivo seja comercializado por aproximadamente R$ 400
Um grupo de pesquisadores brasileiros criou a primeira caneta de adrenalina autoinjetável do país, um dispositivo essencial para tratar anafilaxia, uma reação alérgica grave e potencialmente fatal. A novidade promete ampliar o acesso a esse tipo de tratamento, atualmente restrito a importações de alto custo.
Coordenado pelo médico Renato Rozental, da Fiocruz, o projeto resultou em um protótipo funcional em menos de um ano. Apesar de não ser uma inovação inédita globalmente, a criação preenche uma lacuna significativa no mercado nacional. “A maior parte da população brasileira não tem acesso a essa tecnologia, seja no SUS ou na rede privada”, destacou Rozental.
O dispositivo pode chegar ao mercado por cerca de R$ 400, um valor consideravelmente inferior aos R$ 3 mil a R$ 4 mil cobrados por canetas importadas. Além disso, a recente parceria entre a Anvisa e a FDA, agência reguladora norte-americana, pode acelerar a aprovação e distribuição do produto no Brasil, caso os trâmites avancem conforme previsto.
O presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Fábio Kuschnir, ressaltou o aumento exponencial de alergias no Brasil, especialmente entre crianças e adultos, com alimentos e medicamentos sendo os principais desencadeadores. Ele enfatizou a importância da caneta autoinjetável como uma ferramenta prática e acessível que pode salvar vidas em situações de emergência.
Com potencial para transformar o tratamento de anafilaxia no país, a expectativa é que a nova caneta esteja disponível em até 11 meses, dependendo da liberação regulatória.
