Marca supera o maior patamar já registrado desde 2019 e aponta para tendência de retomada de crescimento pós-pandemia
Estudo da Fundação Seade revela que a estimativa de vida no estado de São Paulo em 2023 alcançou 77,2 anos, marca superior ao maior patamar já atingido, que foi de 77 anos em 2019. A esperança de vida masculina foi estimada em 74 anos, com aumento de um ano em relação a 2022, enquanto a feminina correspondeu a 80,3 anos, com acréscimo de 0,9 ano na comparação com 2022.
A retomada do crescimento iniciou em 2022 e teve continuidade em 2023, recuperando os indicadores de longevidade após rápido declínio causado pela alta mortalidade durante o período da pandemia (2020 e 2021). O resultado também aponta para a retomada da tendência histórica de crescimento da esperança de vida paulista.
“A implementação de políticas públicas e intervenções sanitárias, que visaram o tratamento e a prevenção da doença, destacando-se a vacinação massiva contra o vírus, permitiu o resgate das condições de saúde e sobrevivência da população paulista”, afirmou Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira, pesquisador da Fundação Seade responsável pelo estudo.
Entre 2000 e 2023, a ascensão da vida média paulista foi de 71,5 para 77,2 anos, com acréscimo total de 5,7 anos nesse período. Em relação ao ano de 2019, constatou-se acréscimo de 5,5 anos na vida média paulista, ou 3,5 meses a cada ano.
O progresso na expectativa de vida ocorreu de forma diferenciada ao longo dos anos: entre 2000 e 2010, houve aumento de 3,5 anos (4,2 meses a cada ano), enquanto de 2010 a 2019, o incremento foi de dois anos, ou seja, em média 2,7 meses a cada ano. A evolução da esperança de vida até 2019 está diretamente associada aos progressos ocorridos nas condições de saúde da população, relacionados com a menor incidência de diversas causas de morte e redução de mortes precoces, assegurando aumento contínuo da duração média de vida.
Entre os fatores que contribuíram para o aumento da expectativa de vida, destaca-se o declínio de causas referentes à mortalidade infantil, como as afecções originadas no período perinatal, às causas externas predominantes entre adultos jovens masculinos e às doenças do aparelho circulatório entre adultos maduros e idosos, além de outras causas que também diminuíram nesse período.
Mais recentemente, com o avanço da pandemia em 2020 e 2021, a mortalidade se expandiu excepcionalmente: as estatísticas do Registro Civil produzidas pela Fundação Seade indicam ocorrência de 429 mil óbitos entre os residentes no estado de São Paulo durante 2021, o que representa 82 mil mortes a mais do que em 2020 e 126 mil a mais do que em 2019, revelando incremento de 42% no número de mortes em relação ao último ano sem pandemia.
De acordo com as estimativas da Divisão de População das Nações Unidas, para 2023, a duração média de vida da população mundial é de 73,2 anos. As regiões que apresentam vida média mais elevada são América do Norte (79,6), Oceania (79,1) e Europa (79,1). O conjunto dos países da América Latina e Caribe aparece com nível de 75,7 anos, Ásia com 74,6 e África com 63,8.
Nesse contexto, o Brasil (75,9 anos) situa-se praticamente na média latino-americana, enquanto o estado de São Paulo, com 77,2 anos, posiciona-se entre a média da América do Sul (76,2) e a da Europa (79,1).