A chilena Regcheq usa inteligência artificial para automatizar boa parte das funções do compliance nas empresas. Fundada em 2021, empresa mira expansão no Brasil
A lavagem de dinheiro é um negócio bilionário — e em expansão. No mundo, estima-se um volume anual de 4 trilhões de dólares envolvidos em atividades cuja finalidade envolve, em maior ou menor grau, a evasão de divisas.
Não à toa, o mercado de tecnologia para empresas dispostas a reforçar suas estruturas de compliance e, assim, minimizar o risco de estarem envolvidas com lavagem de dinheiro cresce a passos largos.
Anualmente, este mercado movimenta quase 270 bilhões de dólares no mundo.
Um dos lugares onde as ferramentas para compliance mais cresce é a América Latina, uma região pródiga em escândalos financeiros como os revelados pela operação Lava-Jato.
Aqui, este mercado movimenta perto de 20 bilhões de dólares e deve expandir 35% ao ano nesta década, de acordo com o relatório “True Cost of Financial Compliance 2023” da consultoria Forrester Research.
Os empreendedores chilenos Gonzalo Restini, Cristián Neely, Pedro Feres e Cristobal Concha viram aí uma oportunidade relevante.
O que faz a Regcheq
Os quatro são fundadores da Regcheq, uma startup aberta em 2021 em Santiago para ajudar empresas na prevenção de crimes.
A plataforma da Regcheq usa inteligência artificial para automatizar processos associados a controles de lavagem de dinheiro, como a confecção de relatórios sobre atividades financeiras de uma empresa e o envio dessas informações para autoridades como a Comissão de Valores Mobiliários.
Boa parte da ideia para o negócio veio de Restini, que acumula três décadas de experiência no mercado financeiro chileno, tendo passado por corretoras, bancos e assets em Santiago do Chile.
“O compliance ganhou muita importância para as companhias da América Latina nas últimas décadas”, diz Restini. “Muitas das burocracias que hoje impedem um avanço mais rápido do compliance deverão ser resolvidas com a inteligência artificial.”
Em pouco mais de três anos, a Regcheq levantou capital com investidores latino-americanos como Taram Capital, um fundo chileno sediado em Miami, Consorcio Venture Capital e Grupo Sable, além de vários investidores anjos notáveis na América Latina como Daniel Undurraga (do app de delivery Cornershop), Jaime Arrieta (da HRTech chilena Buk), Benjamín Labra (da proptech chilena Houm).
Recentemente, a Regcheq foi a primeira empresa fora do Brasil a ser selecionada para o Boostlab, programa de aceleração de startups do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
Pelo programa, a empresa recebeu um investimento inicial de 1 milhão de reais e deverá receber mentorias com executivos do BTG, além de ter a oportunidade de fazer negócios com o banco e parceiros.
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Por Leo Branco
Publicado originalmente em: bit.ly/3LZVfnG