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Premiê britânica provoca apreensão ao adiar votação sobre acordo do Brexit

Por Guy Faulconbridge e Elizabeth Piper

LONDRES (Reuters) – A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, adiou abruptamente uma votação parlamentar de seu acordo para o Brexit nesta segunda-feira, provocando apreensão sobre seu plano de separação britânica da União Europeia depois de admitir que poderia ser derrotada.

A manobra de May na véspera da votação parlamentar agendada abre um leque de desfechos possíveis, como um Brexit caótico sem acordo, um pacto de última hora a semanas da desfiliação de 29 de março e outro referendo sobre a filiação ao bloco.

Alguns parlamentares riram de May quando ela, ao anunciar o adiamento, disse haver apoio amplo para o acordo que acertou com a UE no mês passado, resultado de 18 meses de negociações tortuosas, e que ouviu cuidadosamente pontos de vista diferentes a respeito dele.

Com sua posição em casa claramente ameaçada, a premiê disse que voltará à UE e buscará garantias sobre a chamada solução emergencial irlandesa, concebida para garantir que não se restabelecerá uma fronteira dura na ilha da Irlanda em função do Brexit.

“Se fôssemos adiante e realizássemos a votação amanhã o acordo seria rejeitado por uma margem significativa”, afirmou May ao Parlamento, acrescentando que tem confiança de ter o acordo certo.

“Iremos portanto postergar a votação marcada para amanhã e não agir para dividir a Câmara neste momento”, disse ela. Enquanto isso o Reino Unido intensificará um planejamento de contingência para um Brexit sem acordo em 29 de março.

O adiamento do voto marca o que muitos parlamentares rotulam como o colapso da tentativa de dois anos de May de chegar a um meio-termo, segundo o qual o Reino Unido sairia da UE se mantendo em grande parte em sua órbita econômica.

A libra esterlina recuou para seu nível mais baixo desde abril de 2017, 1,2527 dólar – ela estava sendo negociada a 1,50 dólar no dia do referendo do Brexit, em 2016.

Não ficou claro de imediato se os outros 27 membros da UE, que têm um peso econômico combinado seis vezes maior do que o britânico, permitirão mudanças que convenceriam seus opositores domésticos a apoiarem um pacto.

Jeremy Corbin, o líder trabalhista, disse que o país não tem mais um “governo funcional”.

O Partido Trabalhista, porém, afirmou que só lançaria uma moção de desconfiança do governo de May quando sentisse que a ação seria bem-sucedida.

May disse que a questão mais profunda é se o Parlamento quer cumprir o desejo do povo pelo Brexit ou criar divisões na quinta maior economia do mundo com outro referendo.

(Reportagem adicional de Costas Pitas, David Milliken, Kate Holton, Michael Holden, Kylie MacLellan, William James, Ben Martin, Andy MacAskill, Alastair MacDonald e Gabriela Baczynska)

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