O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi preso na manhã desta sexta-feira (6) pela Polícia Federal, que cumpriu ordem da 5ª Vara Federal de São Paulo atendendo pedido da Força Tarefa da Lava Jato no estado.
O MPF (Ministério Público Federal) de São Paulo pediu a prisão preventiva de Souza e outros quatro suspeitos por formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação.
A juíza do caso, Maria Isabel do Prado, autorizou também um mandado de busca e apreensão na casa de Souza. Ainda pela manhã, ele foi transferido ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na capital paulista.
Em março, a Lava Jato denunciou o ex-diretor por desvio de R$ 7,7 milhões, entre 2009 e 2011. O recurso era destinado ao realojamento de famílias desalojadas pela Dersa para a construção do Rodoanel, obra realizada na gestão do tucano José Serra (2007-2010).
Durante as investigações da Lava Jato, de que Souza seria operador de Serra (PSDB-SP) em desvios de recursos da obra viária, o ex-diretor foi citado por sete delatores (da Odebrecht, Andrade Gutierrez e pelo operador Adir Assad), e apareceu em depoimentos de outros três executivos da OAS e da Queiroz Galvão que negociam acordo com procuradores.
Segundo os executivos, ele pediu a dez empreiteiras que fizeram o trecho sul do Rodoanel, na região metropolitana da capital paulista, um suborno equivalente a 0,75% de tudo que elas recebessem. Como a obra custou R$ 3,5 bilhões em valores da época que foi inaugurada, em abril de 2010, a propina de 0,75% seria de R$ 26,3 milhões.
Documentos enviados aos procuradores por autoridades suíças mostravam que Paulo Preto tinha ainda quatro contas no banco suíço Bordier & Cie. O saldo conjunto, em junho de 2016, era equivalente a R$ 113 milhões.
Em fevereiro do ano passado, os valores, segundo as informações vindas da Suíça, foram transferidos para um banco em Nassau, nas Bahamas.
Outro lado
Em nota, a defesa de Souza afirma que a prisão do ex-diretor da Dersa não está ligada à Lava Jato e faz parte das investigações sobre supostas irregularidades na construção do Rodoanel Sul.
Os advogados Daniel Bialski e José Roberto Santoro dizem que o mandado é uma medida arbitrária, sem fundamentos legais e desnecessária "diante do perfil e da rotina do investigado, sempre à disposição da Justiça".
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